O governador eleito por Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos) não assinou carta-compromisso elaborada pela Articulação Nacional de Agroecologia (Ana). Ao assinar a carta, se comprometeria a abraçar a causa da agricultura familiar e de políticas de expansão da agroecologia.

Entre os compromissos estavam listados o manejo ecológico e a produção orgânica, livre de agrotóxicos. Desta forma, o governador eleito ignora a necessidade de boas práticas no plantio de alimentos e apoio a pequenos agricultores que tradicionalmente cultivam alimentos na Amazônia Legal.

Desta forma, parece ter compromisso maior em legalizar o desmatamento, haja visto que o modelo da agroecologia se opõe ao do agronegócio, que é produção em larga escala, utilizando grandes áreas de terra. Para que sejam abertas, o desmatamento é um recurso.

Avanço do agronegócio sobre o cerrado (Reprodução InfoAmazônia)

O projeto Mentira Tem Preço, do InfoAmazônia e produtora FALA, que divulga a informação, lembra que o Tocantins está situado entre o Cerrado e a floresta amazônica e que o Estado tem sido marcado por conflitos agrários entre comunidades rurais e grileiros e latifundiários que invadem as terras.

Procurada, a assessoria de Wanderlei Barbosa pediu que a carta-compromisso e todas as informações a respeito do documento fossem enviadas, mas não deu respostas à reportagem.

Na segunda-feira (17) viajou a Brasília para declarar apoio a Bolsonaro. À ocasião, falando em nome dos tocantinenses e explicando sua decisão, disse que conversa com empresários do agronegócio foi decisiva para tal postura.