Por Renan Cuel

A equipe brasileira de ginástica artística masculina fica na 13ª colocação nas classificatórias do Mundial na Antuérpia. A Equipe infelizmente não se classificou para os jogos olímpicos de Paris. Composto por Arthur Nory, Diogo Soares, Yuri Guimarães, Patrick Sampaio e Bernardo Actos, o time fezuma boa participação e por pouco não se classificaram entre as 12 melhores equipes do mundo.

Os atletas Arthur Zanetti e Caio Souza infelizmente não participaram do Mundial por questões de saúde. A participação dos veteranos fez falta. O ouro por equipes ficou com os japoneses, a prata com os chineses e o bronze com os norte-americanos.

A equipe feminina brasileira de ginástica artística está classificada para os jogos Olímpicos de Paris. A equipe foi muito boa na classificação, mostrando muito talento e técnica.

Em 2019, o time não conseguiu se classificar e somente duas atletas foram para os Jogos em Tóquio 20/21. Esse ano, a equipe composta por Jade Barbosa, Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Julia Soares, Lorrane Oliveira e Carolyne Pedro deram um show.

Além da classificação para os Jogos Olímpicos, o Brasil entra para história mais uma vez na ginástica artística.
A equipe brasileira feminina de ginástica artística pela primeira vez conseguiu uma medalha por equipes em um Mundial.

Esse feito é fruto de muito trabalho, muita dedicação e muita superação.

Nosso país, por muitos anos, veio tendo altos e baixos na ginástica. Conseguimos medalhas em mundiais com nossas atletas Daniele, Daiane, Jade, Rebeca, porém faltava a medalha por equipes. Essa prata veio com sabor de ouro, por tudo que nossas atletas trilharam durante todos esses anos. Ganhamos respeito e espaço no mundo! Todas as atletas que passaram pela seleção fazem parte dessa conquista, todos os profissionais envolvidos, toda equipe multidisciplinar, todos os fãs.

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

A importância de uma líder

Jade Barbosa, nessa final teve um papel muito importante. Ela, que é uma líder nata, carrega todos esses momentos históricos na modalidade e trouxe para equipe confiança, segurança e apoio. Jade está voando e esbanjando talento.
Destaque para os collants lindos da equipe desenhados pela veterana Jade Barbosa.

O resultado veio, o ouro ficou com as norte-americanas, a prata com as brasileiras e o bronze com as francesas.

Após a conquista por equipes, Rebeca Andrade e Flávia Saraiva brilharam na final do individual geral no mundial de Ginástica. Rebeca manteve-se firme durante suas apresentações e levou a medalha de prata ficando atrás da norte-americana Simone Biles. Rebeca é a segunda atleta mais completa do mundo. O bronze ficou com a norte-americana Shilese Jones.

As ginastas mais completas do mundo são mulheres negras. Um pódio cheio de representatividade.

Flávia fez um bom salto e uma ótima trave de equilíbrio. Teve uma queda nas paralelas assimétricas e sofreu uma queda no solo, simplificou sua última passada acrobática pois sentiu seu tornozelo.

Na final do individual geral masculino, o ouro ficou com o japonês Daiki Hashimoto, a prata com o Ucraniano Ilia Kovtun e o bronze com o norte-americano Frederick Richard. O brasileiro Diogo Soares conseguiu a 10ª colocação, com 81,832 pontos na final do individual geral.

Diogo vem crescendo demais. Ele repetiu a décima colocação de Caio Souza no ano passado. Com o resultado, ele se torna o terceiro ginasta brasileiro da história que ficou no top 10 do Mundial, junto de Sergio Sasaki.

Na final por aparelhos, Rebeca Andrade ultrapassa Simone Biles e leva o ouro no salto.

Rebeca se torna bicampeã mundial no salto sobre a mesa.

Rebeca prova que na ginástica tudo é possível. Após uma bela apresentação, a brasileira leva o ouro no mundial ultrapassando a ginasta favorita ao título a Norte americana Simone Biles. A prata ficou com Simone Biles e o bronze com a sul-coreana Yeo Seojeong.

Mais um título inédito para a Rebeca que é campeã olímpica nesse aparelho.

Na final das argolas, o chinês Liu Yang ficou com o ouro, a prata com o grego Eleftherios Petrounias e o bronze com o chinês You Hao.

Na final de cavalo com alças, o ouro ficou com o irlandês Rhys MC Clenagham, a prata com o norte-americano Khoi Young e o bronze com o jordaniano Ahmad Abul Al Soud.

A primeira ginasta africana a ganhar uma medalha no campeonato mundial foi a Argelina Kaylia Nemour, conquistando a prata nas barras paralelas assimétricas. O ouro ficou com a chinesa Qiu Quiyuan e o bronze com a norte-americana Shilese Jones.

Na final de solo, o ouro ficou com o israelense Artem Dolgopyat, a prata com o Japonês Kazuki Minami e o bronze com o cazaquistanês Milad Karimi.

Na final de salto, o Britânico Jake Jarman ficou com o ouro, o norte-americano Khoi Young ficou com a prata e o ucraniano Nazar Cherpunyl ficou com o bronze.

Na final da trave de equilíbrio, a norte-americana Simone Biles ficou com o ouro, a prata ficou com a Zhou Yaqin e o bronze com a brasileira Rebeca Andrade.

Após essa conquista ela se torna a primeira brasileira a conquistar medalhas em todos os aparelhos em mundial. Se junta a um pequeno grupo de ginastas que conseguiram esse feito no mundo.

Pela primeira vez na história, Brasil coloca duas atletas em um mesmo pódio de mundiais. Seleção fecha campanha na Bélgica com melhor campanha da história com seis medalhas. Foto: COB

Na final das paralelas simétricas, o ouro ficou com o alemão Lukas Dauser, a prata com o chinês Shi Cong e o bronze com o Japonês Sugimoto Kaito

Na final do solo tivemos dobradinha brasileira. O ouro ficou com a norte-americana Simone Biles, a prata com a brasileira Rebeca Andrade e o bronze com Flávia Saraiva. Emocionante demais, Flávia conquista sua primeira medalha individual em um campeonato mundial.

Na final da barra fixa, o ouro ficou com o japonês Daiki Hashimoto, a prata com o croata Tin Srbic e o bronze com o chinês Su Weide.

O brasileiro Arthur Nory infelizmente sofreu a queda durante sua apresentação. O ginasta apresentou uma série com bastante dificuldade. Nory ainda tem chances de ir a Paris através do individual geral no PAN e do ranking das copas do mundo em 2024.

A Rússia ficou fora do mundial, tanto a equipe feminina quanto a masculina sempre conquistaram pódios em mundiais além de levarem o ouro por equipes nas olimpíadas de Tóquio em 20/21.

A atleta britânica Jessica Gadirova, uma das favoritas, se retirou das finais após sentir dores.

A atleta romena Ana Barbosu revela que quase desistiu da ginástica após a pressão constante que a equipe sofreu esse ano. A atleta durante o mundial foi agredida verbalmente por um jornalista romeno. A Romênia, que sempre conquistou resultados positivos no cenário internacional de ginástica, veio fazendo um trabalho para voltar a estar entre as melhores equipes. Após duas edições de fora e alguns anos de crise, volta com uma equipe completa.

Simone Biles bate o recorde de medalhas superando grandes nomes, além de homologar mais um exercício com seu nome.
O Biles 2 – Salto sobre a mesa (Yurchenko com duplo mortal carpado).

O Brasil foi a seleção que mais se aproximou dos EUA na série histórica de títulos deles (2011-2023).

Esse mundial fica marcado também pela superação de Simone Biles, após ter se afastado das competições para cuidar da saúde mental.

A importância dos fãs e das páginas de ginástica tornam cada vez mais o esporte mais popular no país.

Agradeço ao Gymaníacos, Gym Indelicada, Duplo Twist Hablado e a todos veículos de comunicação que levam ao público essa modalidade tão incrível que é a ginástica. Parabenizo todos os atletas, os profissionais envolvidos na preparação dos atletas, os clubes, o incentivo do governo e a CBG.

Indico a leitura do artigo de notícias que publiquei em 2021 – “Precisamos falar sobre ginástica” pois ainda enfrentamos os mesmos problemas em nosso país.

https://midianinja.org/ninjaesporteclube/precisamos-falar-de-ginastica/