Garimpo ilegal na Terra Yanomami movimentou quase R$ 6 bilhões, aponta Polícia Federal
Após a chegada de Lula e a formação do Ministério dos Povos Indígenas, um levantamento divulgado pela Polícia Federal apontou uma redução de 96,6% nos alertas de garimpo ilegal
Após a chegada de Lula e a formação do Ministéro dos Povos Indígenas, um levantamento divulgado pela Polícia Federal apontou uma redução de 96,6% nos alertas de garimpo ilegal
A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal conduziram quatro operações conjuntas visando desmantelar o garimpo ilegal de ouro na Terra Indígena (TI) Yanomami. As investigações apontam que o ouro extraído ilegalmente na TI Yanomami e na Venezuela era contrabandeado para o exterior, gerando uma movimentação ilícita estimada em R$ 6 bilhões.
Em um contraste chocante, o orçamento anual destinado pelo governo brasileiro ao Ministério dos Povos Indígenas, responsável pela implementação de políticas públicas para essa população, é de apenas R$ 645 milhões. Isso representa somente cerca de 10,75% do valor movimentado pelo crime organizado do garimpo ilegal de ouro, evidenciando o desequilíbrio gritante no financiamento de iniciativas destinadas aos povos indígenas em comparação com as atividades criminosas.
As operações da PF resultaram em prisões e buscas em diversos estados, incluindo Roraima, Amazonas, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pará. Os investigados enfrentam uma série de acusações, incluindo contrabando, lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União e organização criminosa, revelando a complexidade do esquema ilegal de exploração de ouro na região.
Além disso, a Receita Federal estima que bens no valor de R$ 1 bilhão serão bloqueados e apreendidos como parte das investigações. As operações também revelaram o contrabando de ouro venezuelano em troca de alimentos exportados por mercados de Roraima e Amazonas, acentuando a dimensão internacional desse crime ambiental.
O povo Yanomami é uma das principais vítimas da ação de garimpo ilegal, incentivada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi alvo de uma denúncia por genocídio no Tribunal Penal Internacional, pela violência contra os povos Yanonami.
Após a chegada de Lula e a formação do Ministério dos Povos Indígenas, um levantamento divulgado pela Polícia Federal apontou uma redução de 96,6% nos alertas de garimpo ilegal originados de imagens de satélite na comparação com o mês de abril deste ano com abril de 2022. No ano passado, foram registrados 444 alertas em abril e, neste ano, apenas 18.