Galeria - Confira imagens dos protestos contra o aumento das passagens no Chile

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Texto de Juan Hope, fotos: Migrar Photo

“Fora milicos! Fora milicos!”, exclamava a massa furiosa sobre os tanques militares colocados na Plaza Italia, no coração da capital. Após seis dias de mobilização, desencadeada pelo aumento do metrô e do transporte público (US $ 1,17), Santiago foi assolada por uma explosão social que, independentemente do estado de emergência decretado pelo governo central, viu a maioria de suas esquinas, nas mais variadas comunas da capital, cheios de vizinhos e vizinhas batendo suas panelas contra o aumento e a desigualdade social.

Sem capacidade de responder, o presidente Sebastián Piñera foi forçado a reverter e cancelar o aumento da passagem, mas os militares permanecem nas ruas e a cidade amanheceu sob seu primeiro toque de recolher desde a ditadura. Sem dúvida, o estouro dos protestos, que levou a saques, incêndios e violência nas ruas, não foi tomado apenas pelo governo, mas por todos os setores políticos como uma reivindicação generalizada da desigualdade que atinge o país.

Com níveis de endividamento superiores a 4,4 milhões de chilenas e chilenos e um aumento geral no custo de vida, a população se manifestou não apenas em Santiago, mas começam a se manifestar no resto do país, num movimento sem precedentes, que começa a misturar a pauta da passagem com as outras demandas que mobilizam a sociedade, como uma mudança no sistema de assistência social.

Alguns sindicatos, como o Sindicato dos Portos do Chile, já anunciaram mobilizações para segunda-feira, juntamente com organizações estudantis e partidos de esquerda, em um momento de incerteza que abalam um país que toma o cargo do Equador, em um mês decisivo para o futuro da América do Sul.

Confira as imagens das ruas do Chile no fim de semana: