GALERIA: Beleza na terra indígena no Pico do Jaraguá

Numa área de 1,7 hectare existem cinco aldeias: Tekoa Pyau, Tekoa Ytu, Itakupe, Ita Wera e Ita Endy.

Por NINJA

27 de maio de 2018 18:37

Existem indígenas na cidade de São Paulo. Nem todo mundo sabe que existe uma terra indígena no Pico do Jaraguà, na Zona Oeste da megalópole. Numa área de 1,7 hectare existem cinco aldeias: Tekoa Pyau, Tekoa Ytu, Itakupe, Ita Wera e Ita Endy. Estas aldeias têm um triste recorde: são as aldeias indígenas do Brasil com menor extensão em comparação com o número de moradores. As pessoas que visitam estas comunidades sabem que ali tem muitos problemas. Por exemplo, a TI também vem se tornando um local de abandono de animais. Os indígenas não têm como garantir alimento para todos estes bichos que causam doenças e às vezes contaminam o terreno, e podendo causar problemas à saúde em especial das crianças.

A quantidade de cachorros, o tamanho do território e a falta de saneamento básico tornam as condições de vida nas aldeias muito difíceis e precárias. Apesar disso, a terra indígena do Jaraguá é um lugar de luta e resistência onde o povo Guarani M’bya há muitos anos vem lutando pela demarcação de seus territórios. Nas aldeias, crianças e jovens crescem para tornarem-se xondaros e xondarias (guerreiros e guerreiras), divididos entre a cultura tradicional e as muitas solicitações do mundo exterior. A cultura e identidade não são fixas, mas sujeitas a mudanças e redefinições contínuas.

Nestes últimos dias, a aldeia Tekoa Ytu foi teatro da sexta edição do “Dia da Beleza Indígena’. Crianças e adultos pintaram o corpo com genipapo (preto) e urucum (vermelho), vestiram roupas tradicionais e acessórios da cultura Guarani, desfilando para resgatar e divulgar seus traços culturais. Neste ensaio são propostos vários retratos dos membros da comunidade da terra indígena do Jaraguà. Crianças, jovens e até David Karai Popygua, liderança muito importante da aldeia Tekoa Ytu. Nos olhos desses jovens guerreiros e guerreiras, há melancolia, dignidade e esperança. Ser jovem e índio hoje na metrópole de São Paulo é um grande desafio.