Fumaça de incêndios na Amazônia chega no Sudeste
Amazônia em chamas: nos cinco primeiros dias de setembro, o Inpe registrou a maior média diária de fogo desde 1998
A Amazônia está em chamas. Dados históricos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelam que a média de focos de queimadas alcançou, nos cinco primeiros dias de setembro, a maior média diária de fogo desde o início das medições do órgão federal, em 1998.
De 1º a 5 de setembro, a floresta registrou 14.839 focos, o que dá uma incrível média de 2.968 focos por dia, ou dois novos a cada minuto.
A fumaça das queimadas na Amazônia já se espalha por uma considerável fatia do continente e do Brasil, inclusive sobre São Paulo e outros estados mais ao sul do país.
A nuvem de fumaça pode ser vista pelas imagens de satélite disponibilizadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) – são milhões de km² afetados. As imagens atuais de satélite também lembram o que se viu em 2019.
A extensão da nuvem cinzenta também pode ser vista pelo serviço europeu de monitoramento atmosférico Copernicus.
Além das queimadas – associadas a elevados níveis de desmatamento – na Amazônia, áreas de queima na Bolívia também contribuem com a situação.
2º Dia do fogo
As queimadas na Amazônia explodiram na segunda quinzena de agosto e fizeram o mês passado fechar com o maior número de focos para um mês de agosto desde 2010: foram 33 mil focos, o maior número até agora durante a era Jair Bolsonaro (PL).
No último domingo, a Amazônia viveu seu pior dia de queimadas desde 2007, quando foram registrados 3.393 focos de calor pelo Inpe.
Os números de incêndio na Floresta Amazônica trazem a lembrança do “Dia do Fogo”, quando produtores rurais no Pará se mobilizaram para atear fogo na Amazônia, durante os dias 10 e 11 de agosto de 2019. Em apenas nesses dois dias, o Inpe detectou 1.457 focos de calor no estado, um aumento de 1.923% no mesmo intervalo, quando comparado ao ano anterior. Enquanto no dia 9 de agosto foram detectados 101 focos na região, no dia 10 esse número pulou para 715, um aumento de 707% de um dia para o outro.
Na ocasião, as nuvens de fumaça das queimadas na Amazônia e também grandes incêndios no Paraguai escureceram o céu paulistano no meio da tarde.