“Fui vítima de violência sexual em serviço na Polícia Civil”, denuncia jornalista na Bahia
Lays Macedo reforçou denúncia esta semana, ao receber prêmio na Câmara Municipal de Vitória da Conquista
“No ano passado fui vítima de uma violência sexual, em serviço como perita da Polícia Civil, dentro do alojamento da coordenação em que trabalho”, a denúncia é da jornalista Lays Macedo, durante uma cerimônia na Câmara Municipal de Vitória da Conquista, na Bahia, na última terça-feira (9). “No primeiro instante, quando fui me reportar ao coordenador, fui novamente revitimizada por ele, que não acatou a minha denúncia da forma correta e ainda quis me impor uma responsabilização ao dizer que a denúncia poderia resultar na demissão de um ‘pai de família’”.
Na ocasião, Lays recebia dos vereadores o Diploma Mulher Cidadã Loreta Valadares que agracia, por recomendação dos parlamentares, mulheres que promovem ações voltadas para o direito e proteção de pessoas do gênero feminino em situação de violência. Lays Macedo recebeu a premiação por indicação do vereador Alexandre Xandó pela sua atuação como comunicadora feminista.
O discurso foi divulgado pelo Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, onde Lays trabalhou como assessora de comunicação. Ela aproveitou a celebração no parlamento para reforçar o caso que havia denunciado neste ano. Relatos que chegam à NINJA contam que a jornalista e perita da Polícia Civil tem sofrido perseguição desde que levou à tona a denúncia de violência sexual.
Ela havia levado esse caso às redes em janeiro deste ano:
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“Ainda fragilizada pela violência cometida por uma pessoa com quem eu convivia há cinco anos, precisei iniciar processos criminal e administrativo para fazer com que a justiça acontecesse. Tem sido um processo desgastante, que me acarretou problemas de saúde e me afastou do trabalho”, contou. “Estou agora pleiteando uma remoção, que é direito meu, assegurado por portaria. O reconhecimento por meio dessa premiação é mais um espaço para dar voz a violência que sofri”.
Ela afirmou ter consciência de que outras mulheres não conseguem ter o acolhimento que teve e a “resistência para levar à frente a denúncia numa sociedade que é moldada para que a gente se cale e minimize os danos aos agressores”.
Com informações do Sindicato dos Bancários Conquista e Região