Fósseis de insetos da Chapada do Araripe, no Ceará, estavam sendo vendidos por até 3.900 dólares – cerca de 21.600 reais, na cotação atual – em um site de vendas dos Estados Unidos. A prática é ilegal e foi identificada pelas autoridades, que já iniciaram uma investigação. Os anúncios foram removidos, e a loja informou que os fósseis foram guardados para facilitar sua repatriação.

A denúncia das vendas foi realizada em janeiro de 2023 por Juan Carlos Cisneros, doutor em Geociências e professor do curso de Arqueologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio do canal on-line do Ministério Público Federal (MPF). O caso foi então encaminhado à Procuradoria da República no Ceará.

O paleontólogo verificou que os fósseis anunciados pela loja Indiana9 Fossils & Prehistoric Fossils – estabelecida em 1997 na cidade de Branson, no estado do Missouri – são do Período Cretáceo e foram encontrados na Chapada do Araripe.

Segundo o pesquisador, em entrevista ao Diário do Nordeste, os valores encontrados no site americano eram “absurdos”: uma libélula chegava a custar 3,9 mil (R$21,6 mil). Ao todo, ele encontrou mais de 200 peças brasileiras à venda.

O problema é que, em 1942 – há mais de 80 anos – um decreto presidencial tornou ilegal a exportação de todos os fósseis considerados patrimônio nacional para fora do país. Ou seja, a negociação deles é crime, a menos que tenham sido retirados legalmente antes de 1942 e estejam acompanhados da documentação da época.

Em contato com a reportagem, o proprietário da loja, Merv Feick, informou que está cooperando com as autoridades, e que o governo brasileiro acompanha o caso há nove meses.

“Todos os insetos estão encaixotados e aguardando toda a documentação necessária do seu governo para coletar os espécimes. Além disso, realmente não tenho muito a acrescentar ou dizer”, declarou.

Com informações de: No Cariri Tem / Diário do Nordeste