Por Marilda Campbell

Definido pelo roteirista e diretor André Pellenz como “um filme que parece um documentário sobre o futuro”, o drama “Fluxo” chega aos cinemas nesta quinta-feira, 31 de agosto. A obra foi gravada em preto e branco numa fase em que as filmagens presenciais estavam proibidas por conta da pandemia de Covid-19.

Na trama, um casal interpretado por Gabriel Godoy e Bruna Guerin precisa lidar com uma situação inesperada: o lockdown. Obrigados a conviver, eles reavaliam seus conceitos, enquanto uma ameaça maior vai se formando do lado de fora: um governo de ultradireita que prepara um golpe de estado.

“Fluxo” também conta com Cássio Gabus Mendes, Silvero Pereira, Guida Vianna, Ronaldo Reis, Alana Ferri e Monika Saviano. Toda filmagem ocorreu de forma remota na casa dos atores no Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza. Eles receberam o equipamento e seguiram as instruções da equipe a distância, ficando responsáveis por todos os movimentos de câmera sem a presença de qualquer pessoa do set.

Foto: Divulgação

Chegaram equipamentos e mais equipamentos na Ninha casa na época. Duas câmeras, iluminação, cabos e mais cabos, tripés, material para arte e som. Uma loucura. A casa ficou de ponta cabeça e tivemos que ter muita calma para entender que a nossa casa viraria um set de filmagem por 15 dias”, conta Gabriel Godoy.

Silvero Pereira, que gravou suas cenas em Fortaleza, compõe o elenco num papel-chave para a distopia final. O ator também gravou a música-tema do filme, “Jaqueta Amarela”, de Assucena (da extinta banda “As Baías e a Cozinha Mineira”).

“Fluxo” é um um dos poucos filmes realizados naquele momento de tensão. No entanto, não é o filme da pandemia. Como diz Cosimo Valerio, sócio da produtora Media Bridge. “Não estamos retratando a Covid-19, a quarentena do enredo é um ponto de partida para discutirmos a crise de um casal que acaba refletindo uma situação maior e mais grave”, afirma Valerio.

Foto: Divulgação

Com o filme pronto, já no fim da pandemia, o diretor decidiu que era preciso mudar algumas coisas. O insight acabou implicando numa revisão do filme e na alteração de alguns conceitos da obra. “Acabei montando o filme como se tivesse terminado uma guerra. Não queria lembrar logo de cara como tudo começou e sim ir revendo as coisas em sentido inverso, de forma a ‘zerar’ meus sentimentos em relação a tudo que aconteceu”, revela Pellenz

Responsável por capitanear grandes sucessos comerciais, como “Minha Mãe é Uma Peça” (2013), “Detetives do Prédio Azul” (2017), e mais recentemente “Os Aventureiros”, Pellenz gostou da experiência de fazer algo mais simples e artesanal.

“Fluxo” é produzido pela Media Bridge e pela Paramount Pictures, com distribuição da Pipa Pictures e Paramount.

Assista ao trailer do filme: