Por Giulia Medeiros

Nesta semana, Goiânia foi palco da 9ª edição do SAPI — o maior mercado audiovisual do Centro-Oeste. Com o tema “Florescer o Centro-Oeste”, o evento reuniu produtoras, coletivos, players, instituições e agentes do Brasil e da América Latina, consolidando o SAPI como uma plataforma estratégica de circulação, conexão e internacionalização do audiovisual independente brasileiro.

Ao longo de quatro dias, o SAPI promoveu debates, encontros de negócios, formação profissional e rodadas de pitching, totalizando mais de 236 reuniões entre 69 produtoras e 38 players, incluindo Globo Filmes, Amazon Audible, Canal Brasil, GNT, Gloob, Embaúba Filmes, Boutique Filmes, Cardume, Vitrine Filmes, Gullane+, Maria Farinha Filmes, Tem Dendê Produções, Olhar Distribuidora, entre outros. Ao todo, 115 projetos foram selecionados para participar da programação de mercado deste ano.

Entre as mesas e debates, temas centrais como descentralização, diversidade e redes internacionais tiveram grande destaque. A mesa “Descentralização e diversidade nas políticas do audiovisual brasileiro” reuniu representantes da CONNE – Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste, Instituto +Mulheres e APAN – Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro, fortalecendo agendas emergentes e urgentes do setor.

Um dos momentos mais marcantes foi a conversa entre a diretora Juliana Segóvia (MT) e o cineasta Adirley Queirós (DF), discutindo o cinema como gesto de revolta e reparação, e a potência de narrativas que reafirmam identidades brasileiras e experiências de vitória.

O evento também abriu espaço para formação e novos talentos. Por meio do programa “Produtoras em Foco”, produtoras iniciantes receberam mentorias para acelerar suas trajetórias, enquanto estudantes universitários tiveram a chance de apresentar projetos diretamente à indústria em rodadas exclusivas de pitching.

A dimensão internacional foi ampliada pela presença de convidados estrangeiros, como Lucía Tebaldi (Santa Cine, Argentina) e Addis Mosqueta (Matices Media, Bolívia), resultado da parceria do SAPI com o Cinema do Brasil/APEX e com o eixo de mercados formado por SAPI, Matapi e NordesteLab.

Além disso, iniciativas como LA Fuente – Rede Independente de Cine, Bolivia Lab e Rede Paradiso estiveram presentes, conectando o audiovisual brasileiro a oportunidades multinacionais e fortalecendo pontes para coprodução, circulação e distribuição internacional.

Com esta edição, o SAPI encerra mais um ciclo, ampliando seu alcance com uma oficina de stop motion voltada para crianças e reafirmando seu papel estratégico: estimular conexões, fortalecer políticas integradas e expandir fronteiras.

O resultado é claro: nesta semana, o audiovisual brasileiro floresceu no coração do país — e seguiu viagem para a América Latina e além.

Foto: Esther Alves
Foto: Mayara Varalho
Foto: Mayara Varalho
Foto: Mayara Varalho
Foto: Esther Alves
Foto: Mayara Varalho
Foto: Mayara Varalho
Foto: Mayara Varalho