A Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) formalizou, nesta segunda-feira (08), uma representação junto ao Ministério Público Federal solicitando a apuração de infração penal e responsabilização criminal da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A denúncia se baseia na publicação, feita pela parlamentar em suas redes sociais no último dia 02, de uma ilustração que, segundo a FEPAL, incita o extermínio de palestinos.

A polêmica imagem retrata palestinos como ratos, em uma peça que a Federação considera flagrante de racismo e discurso de ódio. A ilustração faz alusão à estética de propaganda nazista, gerando repúdio pela associação direta com a discriminação histórica contra os judeus durante o Terceiro Reich e a Segunda Guerra Mundial.

O advogado e Diretor Jurídico da FEPAL, Nasser Judeh, destaca que a representação de um rato com uma bandeira palestina sendo “capturado” por uma águia que simboliza o Estado de Israel caracteriza discurso de ódio, racismo e incentivo ao extermínio do povo palestino. Ele ressalta que a publicação evidencia a prática dolosa de discriminação, intolerância e preconceito.

Para Ualid Rabah, presidente da FEPAL, a atitude persistente da deputada na desumanização do povo palestino e árabes em geral é uma clara defesa do genocídio, configurando um crime de lesa-humanidade. Rabah destaca que a postura de Zambelli não é apenas contra o povo palestino, mas contra toda a humanidade, incluindo o povo brasileiro.

O dirigente brasileiro-palestino ressalta que a deputada também defende um regime de Apartheid, considerado outro crime de lesa-humanidade. Diante disso, a FEPAL busca responsabilização legal para os atos que classifica como “crimes horríveis”.

O Ministério Público Federal deverá analisar a representação da FEPAL e decidir sobre a abertura de investigação contra Carla Zambelli. A deputada ainda não se pronunciou sobre as acusações.