Família e Ministério das Mulheres exigem investigação de assassinato de Julieta Hernandéz como feminicídio
Violência cometida contra Julieta apresenta características de um crime misógino e xenófobo, diz o Ministério
O Ministério das Mulheres solicitou que o assassinato da artista venezuelana Julieta Hernández, ocorrido em dezembro do ano passado, seja investigado como feminicídio. Hernández, que estava viajando de bicicleta pelo Brasil em direção ao seu país de origem, desapareceu em 23 de dezembro no município de Presidente Figueiredo, Amazonas.
Seu corpo foi encontrado em 6 de janeiro, e as investigações revelaram que ela foi estuprada, assassinada e teve o corpo queimado por um casal que confessou o crime.
Em janeiro, o Ministério Público do Amazonas denunciou Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de estupro, latrocínio e ocultação de cadáver.
No entanto, a família de Hernández, com o apoio da União Brasileira de Mulheres (UBM) e do Ministério das Mulheres, está pressionando para que o crime seja reclassificado como feminicídio. A nota oficial destaca que a violência cometida contra Julieta apresenta características de um crime misógino e xenófobo.
Na última segunda-feira (4), a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, se reuniu com Sophia Hernández, irmã de Julieta, o advogado Carlos Nicodemos e o representante da Embaixada da Venezuela, Éfren Martin, para discutir o caso. Sophia Hernández enfatizou a necessidade de reclassificação do crime, argumentando que as circunstâncias do assassinato, incluindo a violência sexual e a crueldade, qualificam o ato como feminicídio, apontou o Brasil de Fato.