Falha em sistema judicial faz músico ser detido novamente por crime que não cometeu
Após dois anos, mandado de prisão continuava em aberto no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, do Ministério da Justiça. “tive que provar novamente que sou inocente”
“Tive que provar novamente que sou inocente”. Após dois anos, mandado de prisão continuava em aberto no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, do Ministério da Justiça
O músico Luiz Carlos Justino, que foi inocentado pela Justiça do Rio depois de ter sido preso em setembro de 2020 por um assalto à mão armada que não cometeu, voltou a ser detido pela polícia e passou pela mesma situação constrangedora, dessa vez porque o seu mandado não foi excluído do sistema do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, do Conselho Nacional de Justiça.
Em 2020, ele chegou a ficar preso por cinco dias, agora o episódio se repete. Na noite desta segunda-feira (22), depois de voltar de uma partida de futebol com amigos em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Ele foi parado em uma blitz do programa Segurança Presente e conduzido para a 79ª DP (Jurujuba) e depois liberado.
Ao g1, o músico de 26 anos disse que teve que provar, novamente, que não era bandido e que na época que foi absolvido tudo seria retirado do sistema. Na tarde de terça (23), o advogado de Luiz Carlos entrou com um pedido na 2ª Vara Criminal de Niterói para a retirada do mandado de prisão do sistema. A Justiça concedeu parecer favorável ao pedido. Após o constrangimento, o mandado de 2017 já não aparece mais no sistema do Conselho Nacional de Justiça.
“A gente quer crer que, com a retirada do nome dele deste banco de dados, esse tipo de abordagem não acontecerá mais. É muito danoso para a vida do Justino, que é um músico, um cara completamente integrado à comunidade onde vive, dedicado às atividades da Orquestra da Grota, ficar sucessivamente sendo submetido a este tipo de abordagem policial, por vezes ostensiva, agressiva, violenta e absolutamente desnecessária. A gente espera que este evento não se repita mais de agora em diante”, afirmou o advogado Rafael Borges, que representa o músico.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro afirmou que ele foi absolvido e que a foto dele foi retirada do álbum de suspeitos da delegacia e que o processo foi arquivado.
Com informações do g1
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