Nesta quarta-feira (8), o deputado federal Abilio Brunini, do Partido Liberal (PL) de Mato Grosso, tentou tumultuar a aprovação de um documento na Câmara dos Deputados que pede o cessar-fogo na Faixa de Gaza. O texto também pede que o Brasil convoque o embaixador de Israel para prestar esclarecimentos sobre os bombardeios que já deixaram mais de 10 mil palestinos mortos, incluindo 40% de crianças, de acordo com a ONU. A reunião, que tratava sobre o grave cenário humanitário, foi organizada por deputados progressistas e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

A ação pró-Palestina da legenda não foi bem recebida por Brunini, que argumentou contra o uso do parlamento brasileiro para propagar o anti-semitismo. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o deputado confrontou membros do PSOL, exigindo a retirada de cartazes com a imagem da bandeira de Israel, coberta por um “X” vermelho, em referência ao massacre em andamento promovido pelas forças armadas de Israel.

Como resultado do tumulto, o deputado foi expulso de mais uma sessão de comissão da Câmara dos Deputados. Apesar das críticas, Brunini parece buscar notoriedade ao tumultuar ambientes parlamentares com a agenda de extrema direita.

A deputada Erika Hilton afirmou que a reunião visava promover um ato pelo cessar-fogo e contra o massacre na Palestina. Hilton rejeitou provocações que cerceassem o direito de lutar contra o genocídio em Gaza. Em um vídeo, a deputada pede que Abilio se retire da comissão, após atacar lideranças palestinas.

Outros membros do PSOL, como a deputada Fernanda Melchiona, também repudiaram a atitude de Abilio Brunini. A Polícia Legislativa Federal foi acionada para retirar o deputado do local, enquanto gritos de “fascista” ecoavam ao fundo.

Esta não é a primeira vez que Abilio Brunini se envolve em polêmicas relacionadas ao conflito na Palestina. Em uma sessão anterior, ele classificou o envio de ajuda à região como apoio ao grupo Hamas, provocando protestos e chamadas de “terrorista” por parte do presidente da Federação Palestina no Brasil, Ualid Rabah.

Durante a reunião de votação do relatório do tempo de trabalho confiscado de servidores públicos durante a pandemia, do deputado Guilherme Boulos (PSOL), Brunini tentou obstruir a sessão. O Projeto de Lei (PLP) 21/2023, que trata do descongelamento do tempo de trabalho confiscado do funcionalismo público, para fins de pagamento de benefícios como quinquênio, sexta-parte e licença-prêmio, está em debate na Câmara, e tem voto favorável de Boulos.