Explique seu voto! Midialivristas da Argentina e Uruguai vão às ruas de SP entender o eleitorado do Brasil
Midialivristas dos coletivos e movimentos Emergentes, MediaRed e NiUnaMenos, da Argentina e Uruguai, foram às ruas entender as escolhas dos eleitores brasileiros.
Uma equipe de midialivristas dos coletivos e movimentos Emergentes, MediaRed e NiUnaMenos, da Argentina e Uruguai, estão em São Paulo para acompanhar e narrar este dia tão importante para o rumo do país e da América Latina. Neste domingo de votação, eles foram às ruas entender as escolhas dos eleitores brasileiros. À Mídia Ninja, eles trouxeram alguns depoimentos de eleitores tanto de Fernando Haddad quanto de Jair Bolsonaro.
Entre os depoimentos, está o de Terra, advogada transexual que trabalha atualmente na prefeitura de São Paulo. Além de votar em Haddad, ela atuou durante toda a campanha para virar votos de Bolsonaro e indecisos. “Se Haddad ganha vamos enfrentar um congresso conservador e para ele será muito difícil governar. Mas se vence Bolsonaro, o conservadorismos só aumentará, sobretudo porque fez declarações públicas sobre as mulheres negras, as pessoas homossexuais e minorias”.
Priscila, servidora pública, também revelou seu voto em Haddad. É militante do PSOL, mas atuou durante todo o segundo turno em campanha para virar votos por Haddad. “Neste momento foi essencial dar o apoio em defesa da democracia. Independente do resultado, a gente vai continuar sendo oposição”. Para ela, foi difícil a abordagem com eleitores de Bolsonaro para virar votos.
“As abordagens que tivemos de eleitores do Bolsonaro nos últimos dias foram muito agressivas, preconceituosas, sem respeito ao direito do outro de divergir. Uma parcela desses eleitores é sim fascista e encontrou um momento ideal para externalizar isso”, conta Priscila, justificando: “toda a população esteve exposta diariamente nos últimos anos a um bombardeio da mídia de informações tendenciosas, levando as pessoas a terem um descrédito das instituições, um sentimento antipetismo muito forte”.
Para Flávia, que escolheu o voto por Bolsonaro, a campanha de #viravoto não somou em nada. “Foram muitos anos de governo do PT no Brasil, é preciso mudar”. Ela afirma ainda que o conservadorismo e a violência não pertencem à figura de Bolsonaro, mas uma resposta exclusiva dos governos do PT.
Leonardo concorda, revelando também seu voto a João Dória, apesar de afirmar que tanto o PSDB quanto o PT “solaparam os direitos de propriedade e de família, que são a base da sociedade e da civilização cristã”, diz. “Bolsonaro foi uma das surpresas do Brasil, parece uma bendição porque está demonstrando o que é o verdadeiro Brasil, o Brasil real, o Brasil brasileiro”.
Para ele, as denúncias de racismo, misoginia e homofobia contra Bolsonaro lhe parecem “uma grande mentira de esquerda”. “Ele não tem nada contra os negros, contra as minorias”, complementa, afirmando ainda que Bolsonaro defende os mesmos valores que a maioria dos brasileiros, lembrando o fato do exército ter “salvado” o Brasil do comunismo em 1964.