O Exército Brasileiro anunciou o afastamento do tenente-coronel Mauro Cid de suas funções, atendendo à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora com tornozeleira eletrônica, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) permanece com o salário de R$ 26 mil. Mauro Cid foi preso na Operação Verine, que investiga carteiras de vacinação fraudadas em nome do ex-presidente Bolsonaro e de outras pessoas.

Mauro Cid deixou o Batalhão do Exército em Brasília no sábado (9), após quatro meses de prisão. Sua soltura foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também homologou a delação premiada do ex-ajudante de ordens. Esta delação pode fornecer informações cruciais para as investigações em curso, incluindo aquelas relacionadas aos ataques às urnas eletrônicas, atos golpistas, fraudes no cartão de vacinação de Bolsonaro e um suposto esquema de venda de joias e presentes entregues ao ex-presidente.

Apesar de sua liberação, Mauro Cid está sujeito a várias restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o país, cancelamento de seu passaporte e a obrigação de se apresentar regularmente ao juízo de execuções de Brasília. Ele também está proibido de deixar a capital federal e deve cumprir recolhimento domiciliar durante as noites e os fins de semana.

Além disso, teve seus eventuais portes de armas e registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) suspensos.

Ao comentar o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Bolsonaro estava “envolvido até os dentes” no que chamou de perspectiva de golpe de Estado.

“Acho que ele está altamente comprometido. A cada dia, vão aparecendo as coisas e, a cada dia, vamos ter certeza de que havia a perspectiva de golpe e que o ex-presidente estava envolvido nela até os dentes. É isso que vai ficar claro”, declarou.