Ex-ministro do GSI nega fraude em relatórios entregues ao Congresso
Gonçalves Dias também afirmou que o GSI não foi convidado para uma reunião de planejamento realizada em 6 de janeiro
Gonçalves Dias também afirmou que o GSI não foi convidado para uma reunião de planejamento realizada em 6 de janeiro
O ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Gonçalves Dias, compareceu à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal para prestar depoimento sobre as invasões golpistas ocorridas em janeiro. Ele alegou ter atuado no sentido de proteger o Palácio do Planalto contra essas invasões.
Gonçalves Dias pediu demissão do GSI em abril, após a divulgação de imagens em que é visto caminhando ao lado dos invasores pelos corredores do Palácio do Planalto durante os eventos. Em seu depoimento, afirmou que estava desarmado e vestido de forma discreta, e que não esperava encontrar aquela situação. Ele alegou ter se concentrado em remover os invasores do palácio o mais rápido possível, sem confrontos sangrentos, e afirmou que tinha como objetivo principal preservar o gabinete do presidente da República.
Além disso, o ex-ministro enfrenta acusações de ter ordenado a alteração de documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) relacionados aos alertas de ataques ocorridos em janeiro. Segundo informações, foram encaminhados dois relatórios de inteligência distintos ao Congresso Nacional, levantando suspeitas de que mensagens enviadas ao então ministro do GSI teriam sido retiradas de um dos relatórios. Gonçalves Dias negou qualquer fraude, afirmando que o primeiro documento enviado continha um compilado de mensagens de aplicativo, e que ele não participava de grupos de WhatsApp.
Ele explicou que o segundo documento, enviado ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Militar, tinha o mesmo conteúdo do primeiro, mas diferia na distribuição das informações.
Gonçalves Dias também afirmou que o GSI não foi convidado para uma reunião de planejamento realizada em 6 de janeiro com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Além disso, destacou que não recebeu alertas sobre possíveis atos golpistas.
Durante a sessão, a CPI aprovou um convite para ouvir o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em relação aos fatos investigados.