Além do depoimento de Heleno, os parlamentares também buscam ouvir o Almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Na próxima terça-feira (26), o general da reserva Augusto Heleno prestará depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, na Câmara dos Deputados. O depoimento do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) tem sido aguardado com grande expectativa, já que ele pode esclarecer questões relacionadas a alegados planos de golpe e ameaças à democracia no Brasil.

Augusto Heleno, próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrentará questionamentos sobre a existência de planos para um golpe militar durante seu tempo como chefe do GSI. Em particular, os parlamentares estão interessados em saber se houve ameaça de prisão ao ex-presidente, supostamente feita por um comandante militar, como parte desses planos.

O General da Reserva tem negado categoricamente a existência de qualquer articulação para um golpe militar e enfatizou que “um golpe, para ter sucesso, precisa ter líderes, um líder principal”. No entanto, sua posição será submetida a uma avaliação rigorosa durante o depoimento perante a CPMI.

A data do depoimento de Augusto Heleno é particularmente significativa. Durante a invasão aos três poderes, que resultaram em violência e depredação, dois membros de sua gestão no GSI estavam trabalhando: os generais de divisão Carlos José Russo Assumpção Penteado e Carlos Feitosa Rodrigues.

Além do depoimento de Heleno, os parlamentares também buscam ouvir o Almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. Há alegações de que o Almirante teria concordado com os planos de golpe após consulta do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A CPMI do 8 de Janeiro tem como objetivo investigar ações antidemocráticas, ataques às instituições e eventuais tentativas de golpe ocorridas no Brasil.