Eliziane Gama, relatora da CPMI do 8 de janeiro, pretende convocá-lo para depor na CPMI e quebrar seu sigilo telemático

Foto: Marcos Correa/PR

Almir Garnier Santos, o segundo comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro, teria apoiado Bolsonaro durante uma reunião para arquitetar um plano de golpe de Estado no Brasil, em novembro de 2022, dias depois do resultado eleitoral que elegeu Lula (PT).

O ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada à Polícia Federal (PF), revelou detalhes da reunião. Cid descreveu que Bolsonaro recebeu uma minuta golpista e consultou a cúpula militar sobre a possibilidade de intervenção militar.

Durante o encontro, segundo Cid, a cúpula da Marinha teria afirmado estar pronta para agir, aguardando apenas uma ordem de Bolsonaro, enquanto o comando do Exército teria recusado o plano.

O comandante golpista Garnier assumiu o posto em abril de 2021. Ele ingressou na Escola Naval em 1978, tendo servido a bordo de navios da Esquadra brasileira nos anos 1980. Garnier também fez mestrado nos EUA e serviu em funções técnicas antes de sua promoção ao posto de Almirante de Esquadra.

Antes de comandar a Marinha, Garnier atuou como “assessor especial militar” no Ministério da Defesa durante os governos de Dilma Rousseff e Michel Temer. Em 2019, assumiu o cargo de secretário-geral do Ministério da Defesa, sendo indicado por Bolsonaro para comandar a Marinha em março de 2021.

Em maio de 2022, Garnier questionou a segurança das urnas eletrônicas e defendeu uma auditoria privada, argumentando a importância da transparência eleitoral. Agora, a senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI do 8 de janeiro, pretende convocá-lo e quebrar seu sigilo telemático, considerando-o uma figura central nas investigações relacionadas aos eventos pós-eleições.

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