Ex-bombeiro é preso pela PF em operação que investiga morte de Marielle Franco
Assassinatos completam cinco anos em 2023, e desde fevereiro do mesmo ano, a Polícia Federal assumiu a investigação
Assassinatos completam cinco anos em 2023, e desde fevereiro do mesmo ano, a Polícia Federal assumiu a investigação
Nesta segunda-feira (24), a Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, realizou a Operação Élpis, em mais uma etapa da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. Durante a operação, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, apelidado de “Suel”, foi preso.
Em 2021, ele havia sido condenado a quatro anos de prisão por obstruir as investigações, mas estava cumprindo pena em regime aberto. Segundo as autoridades, Suel era o proprietário do veículo utilizado para ocultar as armas encontradas no apartamento de Ronnie Lessa, um dos acusados pelo assassinato. Além disso, ele teria participado do descarte do armamento no mar.
“Há a participação de outras pessoas. Os fatos até agora revelaram indicam isto. Indicam uma forte vinculação dos homicídios com o a atuação das milícias do crime organizado do Rio de Janeiro. Os acusados participam de um conjunto, e este conjunto está relacionado a milícia”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda.
Dino afirmou que a partir de agora a investigação tem mais elementos para chegar aos mandantes do crime contra a vereadora e o motorista Anderson.
A prisão de Suel aconteceu em sua casa, localizada no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e ele será conduzido à sede da Polícia Federal na Zona Portuária. Além disso, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na região do Grande Rio.
A operação Élpis recebeu esse nome em alusão à deusa grega da esperança. Durante a coletiva de imprensa, foi anunciado que o irmão de Ronnie Lessa, também detido por suposto envolvimento no crime, será ouvido pelas autoridades.
Até o momento, apenas a primeira fase do inquérito foi concluída pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de participação no assassinato, negam qualquer envolvimento e aguardam julgamento pelo Tribunal do Júri. Ronnie já possui outras condenações por comércio e tráfico internacional de armas, obstrução das investigações e destruição de provas.
O crime completa cinco anos em 2023, e desde fevereiro do mesmo ano, a Polícia Federal assumiu a investigação. No entanto, os mandantes do assassinato e a motivação do crime ainda são desconhecidos.