Por Bruna Rosa

A Copa do Mundo Feminina da FIFA teve seu primeiro jogo nesta quinta-feira (20), dando início a esse campeonato que vai muito além da disputa de bola, que acontece em campo. Essa é a nona edição da competição, que ocorre há 32 anos, e pela primeira vez contará com a participação de 32 seleções. Dentre elas, está a seleção americana, que levantou a taça pela quarta vez, em 2019.

Inaugurado em 1991, o torneio contava com apenas 12 equipes participantes, que disputaram entre si pelo primeiro lugar. Quem levou a melhor foi a equipe estadunidense, que conquistou seu primeiro título na disputa, inédita na época. No decorrer dos anos, o torneio foi crescendo gradualmente e ganhando cada vez mais visibilidade e notoriedade, assim como aumentando o número de países integrantes na disputa.

O desempenho e as conquistas obtidas pela seleção americana, assim como o tetracampeonato na Copa Feminina, estão diretamente relacionados com a forma que esse esporte é abordado no país.

Futebol feminino nas escolas e universidades americanas

De acordo com uma matéria publicada na última Copa Feminina, pelo El País, 20% de todas as meninas do ensino médio que praticavam esportes, em 2015, jogavam futebol nos Estados Unidos, tornando o país o maior celeiro de jogadoras do mundo.

O futebol feminino enfrentou obstáculos significativos no seu desenvolvimento, não sendo diferente nos EUA. A discriminação de gênero e falta de apoio financeiro também foram problemas que as jovens atletas americanas tiveram que lidar, tanto nas escolas como nas universidades.

Até que em 1972, foi promulgada nos EUA uma lei federal de direitos civis, a emenda Title IX, que proíbe qualquer discriminação de gênero nos programas nacionais apoiados pelo governo americano. Dessa forma, as escolas e universidades tiveram que criar projetos voltados para as estudantes mulheres, o que ajudou a alavancar a modalidade no país.

Igualdade salarial

Mesmo com todo o sucesso da equipe americana de futebol feminino, a valorização não se fazia valer no bolso das jogadoras, já que as mesmas ainda ganhavam um valor consideravelmente baixo, em relação à seleção masculina.

Nos últimos anos, as atletas entraram com ações legais como forma de reivindicar a equidade salarial entre todos os jogadores, de ambos os sexos. Isso levantou debates sobre a disparidade existente. O assunto também gerou uma mobilização social, que contou com o apoio da sociedade civil, organizações de defesa do direito das mulheres e outros atletas, incluindo do futebol masculino.

Foram seis anos de luta para conquistar uma causa que deveria ser regra, já que o esporte é praticado igualmente por todos os atletas, independente do gênero. E foi em 2022 que elas conseguiram marcar mais esse gol, a Federação de Futebol dos Estados Unidos, se comprometeu com a igualdade salarial entre as seleções de futebol feminina e masculina.

Principais conquistas da equipe americana

  • Copa do Mundo Feminina da FIFA: 4 vezes (1991, 1999, 2015, 2019)
  • Copa Ouro Feminina: 9 vezes
  • Jogos Olímpicos: 4 vezes (ouro), 1 vez (prata) e 1 vez (bronze)

A seleção feminina de futebol dos Estados Unidos acumula diversas conquistas no decorrer dos anos, dentro e fora de campo. A equipe fez sua estreia nesta sexta-feira (21), contra o time do Vietnã, e conseguiu sua primeira vitória no campeonato, por 3×0, mostrando que veio atrás de mais uma conquista e, quem sabe, o pentacampeonato.

Com informações de El País e Forbes

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube