Estudo revela desempenho do Brasil em leitura: 52ª posição no ranking global
Os resultados divulgados nesta terça (17) pelo PIRLS revelaram um desempenho insatisfatório do Brasil
Os resultados divulgados nesta terça (17) pelo PIRLS revelaram um desempenho insatisfatório do Brasil
A pesquisa PIRLS (Estudo Internacional de Progresso em Leitura) classificou as habilidades de leitura das crianças brasileiras como uma das piores do mundo. Conduzido pela IEA (Associação Internacional para a Avaliação do Progresso Educacional), o estudo analisou crianças do 4º ano do ensino fundamental em 57 países.
Os resultados divulgados nesta terça (17) revelaram um desempenho insatisfatório do Brasil, ocupando a 52ª posição, atrás de países como Irã, Egito e Jordânia. O Brasil alcançou apenas 419 pontos, enquanto a média de referência estabelecida pela pesquisa é de 500 pontos.
Os países que lideram a lista são Cingapura (587), Irlanda (577) e Hong Kong (573). Países como Cazaquistão (504), Uzbequistão (437) e Kosovo (421) também superaram o desempenho brasileiro. Esta foi a primeira participação do Brasil no estudo, que ocorre desde 2001. O país contribuiu com a participação de 4.941 estudantes do 4º ano do ensino fundamental, provenientes de 187 escolas públicas e privadas.
Gabriel Corrêa, diretor de políticas públicas da ONG Todos pela Educação, destaca a importância da participação do no estudo para impulsionar melhorias na educação do país. Ele ressalta que os resultados do PIRLS evidenciam um atraso significativo do Brasil em relação à educação e alfabetização, e ressalta a necessidade de aprender com as experiências de outros países.
Além da classificação geral, o PIRLS utiliza indicadores complementares relacionados à educação formal nas escolas. Um desses indicadores é o “nível socioeconômico”, que avalia a renda e os recursos disponíveis para aprendizagem em casa, incluindo a presença de livros nos lares.
A maioria dos entrevistados a nível internacional foi classificada nos níveis alto e médio de nível socioeconômico, enquanto apenas 22% foram classificados como baixo. No entanto, no caso dos estudantes brasileiros, a tendência se inverte, com apenas 5% pertencendo ao nível alto e 64% apresentando o pior índice, como destacou o Poder 360.
O PIRLS foi criado com o objetivo de analisar as tendências de compreensão de leitura e coletar informações sobre os contextos de aprendizagem em diferentes países. O atraso na divulgação dos resultados ocorreu devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, que, de acordo com o instituto, dificultou a aplicação dos testes e entrevistas.