Estudo revela ameaças climáticas nas favelas da Maré até 2050
Pesquisa aponta riscos de ondas de calor, inundações e elevação do mar, com crianças e idosos em maior vulnerabilidade
Por Isabella Rodrigues
Uma análise realizada pela WayCarbon, em parceria com a Redes da Maré, alerta para os riscos e vulnerabilidades climáticas que o maior complexo de favelas do Rio de Janeiro, a Maré, enfrentará até 2050. O levantamento identifica ondas de calor, inundações fluviais e aumento do nível do mar como ameaças climáticas graves que impactarão a população local.
A pesquisa destaca que a intensificação do calor na região está relacionada à falta de áreas verdes e à intensa atividade humana. A densidade populacional, associada à escassez de acesso à renda e serviços públicos, torna crianças e idosos os grupos mais vulneráveis. Cerca de 140 mil pessoas vivem no complexo, representando uma população onde crianças e idosos compõem 12%, enfrentando riscos como exaustão, insolação, problemas respiratórios e cardiovasculares, além de impactos na saúde mental.
A iniciativa ressalta que os grupos mais afetados pelas mudanças climáticas têm uma parcela mínima na origem dos problemas ambientais. Assim, busca contribuir com a busca por justiça climática a partir do território da Maré, considerando que os indivíduos mais afetados são aqueles já vulneráveis a desigualdades sociais.
O estudo tem como objetivo não apenas identificar os perigos enfrentados pela população da Maré, mas também recomendar ações de adaptação e fortalecer a capacidade de mobilização e obtenção de recursos para intervenções efetivas no território. Entre as sugestões estão a implantação de teto verde para minimizar os efeitos das ondas de calor e a restauração de manguezais para lidar com o aumento do nível do mar. O alerta é claro: é preciso agir agora para proteger as favelas da Maré diante das ameaças climáticas que se intensificarão nas próximas décadas.