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Estudo realizado em São Paulo encontrou anticorpos da covid-19 em 5% da população
Estimativa é de que seja necessário um número entre 70% e 90% para atingir a imunidade de rebanho. Número atual reforça a necessidade de manter o isolamento.
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Foto: Prachatai
Um estudo feito nos seis distritos com maior incidência de covid-19 em São Paulo mostra que 51,9% dos moradores desses locais desenvolveram anticorpos ao vírus. O mesmo levantamento mostra que 91,6% dos casos de infecção estão fora das estatísticas oficiais, como destacou o jornal o Estado de São Paulo.
Um exame sorológico, que levou ao resultado do estudo, foi feito em 520 pessoas maiores de 18 anos e dessas, 27 apresentaram anticorpos. O estudo foi comandando por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com apoio do Instituto Semeia e participação de profissionais do Laboratório Fleury e Ibope Inteligência.
Isso ajuda a entender se algum grupo está próximo ou distante da chamada “imunidade de rebanho”, onde o vírus passa a ter poucas rotas de contágio porque a maioria das pessoas apresenta anticorpos por já ter sido contaminada e é possível planejar estratégicas de tratamento, acompanhamento de novos contágios e entender as necessidades de isolamento.
Não é possível ainda saber com certeza qual porcentagem de habitantes precisa desenvolver anticorpos para que se atinja a imunidade de rebanho, mas a estimativa é de que seja entre 70% e 90%, e segundo o infectologista Celso Granato, um dos responsáveis pelo projeto, o número atual reforça a necessidade de manter o isolamento.
Uma próxima rodada de testes, que deve acontecer em 10 de junho, vai incluir a cidade toda e a partir desses números, é possível calcular a velocidade de contágio da doença em São Paulo. A pesquisa também ajuda a dimensionar a subnotificação – segundo o levantamento, 91,6% dos casos não estão contabilizados nos números oficiais por causa da falta de teses. Apenas casos graves que chegam aos hospitais são testados e contabilizados. Pessoas com sintomas leves e assintomáticos não chegam a ser testados e com isso, estima-se que 80% dos infectados desenvolveram apenas sintomas leves.
Ainda sobre a imunidade, a sua duração ainda é incerta: A melhor estimativa sugere que, em pessoas que tiveram uma resposta de anticorpos, a imunidade pode diminuir, mas é detectável além de um ano após a hospitalização.