A fortuna do 1% mais rico da população mundial aumentou em 42 bilhões de dólares (cerca de R$ 226 bilhões) na última década, enquanto as taxas de impostos para este grupo estão em níveis historicamente baixos, de acordo com um relatório da Oxfam divulgado nesta quinta-feira (25). O relatório chega em um momento crucial, com a reunião do G20, no Rio de Janeiro, onde foi discutida a proposta de um imposto global sobre os super-ricos.

O encontro de dois dias, que reúne ministros das finanças das maiores economias avançadas e emergentes, inclui a discussão sobre a implementação desse imposto. A proposta, apoiada por países como Brasil, Colômbia, Espanha, França, África do Sul e pela União Africana, enfrenta oposição dos Estados Unidos. O Brasil, que preside o G20 neste ano, colocou a questão do imposto global sobre os bilionários como uma de suas principais prioridades.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a situação, afirmando que “os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos em impostos do que a classe trabalhadora”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia alertado anteriormente sobre a evasão fiscal por parte dos multimilionários, enfatizando que “é inquestionável que eles continuam a fugir aos nossos sistemas fiscais através de várias estratégias”.

Layla Yakoub, chefe da campanha “Justiça Fiscal e Desigualdades” da Oxfam na França, afirmou que a semana representa um “teste decisivo” para os governos do G20. Ela questionou se os líderes globais terão a “vontade política” para estabelecer um padrão fiscal que atenda às necessidades da maioria, em vez de priorizar os lucros de uma minoria de bilionários.

O relatório da Oxfam destaca que a parcela do rendimento do 1% mais rico nos países do G20 aumentou 45% nas últimas quatro décadas, enquanto as taxas de imposto sobre este rendimento foram reduzidas em aproximadamente um terço.

*Com informações da Agência O Globo