Foto: Unimep

O movimento estudantil Unimep na Luta promoveu na noite quinta-feira, 21, uma exposição das obras Queer Museu, que foi censurada no início do mês de setembro pelo Santander Cultural de Porto Alegre (RS).
O objetivo dessa exposição é protestar contra a Rede Metodista de Ensino que enviou uma carta de repudio ao conteúdo exposto. As imagens das obras foram expostas na galeria da universidade durante o período noturno, mas após o fim das aulas a exposição foi censurada pela universidade e os cartazes rasgados.

Foto: Unimep

LEIA NA ÍNTEGRA A NOTA PUBLICADA PELO MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIMEP

“A Rede, quem será a próxima vítima?

Para esclarecimentos gerais de termos que serão tratados nesse texto: QUEER: De origem inglesa, o termo é utilizado para designar pessoas que não seguem o padrão de heterossexualidade ou gêneros definidos – notadamente gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.

“Queermuseu – Cartografias da Diferença na América Latina” expôs mais de 270 obras de coleções públicas e privadas, que percorrem o período histórico de meados do século XX até os dias de hoje. A iniciativa explora a diversidade de expressões de gênero e as diferenças artísticas e culturais.

Segundo o curador Gaudêncio Fidélis, a exposição não busca ditar regras, e sim, tenta levar mais longe a ideia de diversidade e de inclusão, em um momento em que preconceito, racismo e homofobia são mais discutidos do que nunca. Diante de uma exposição tão bela, pessoas e instituições contrárias ao teor das obras, causaram uma onda de protestos, notas de repúdio com ameaças subentendidas e tumultos na frente do museu, alegando que eram obras desrespeitosas em vários aspectos, desde a moral das famílias, até o desrespeito a crenças religiosas e pessoais. Diante desses fatos, o Santander optou por encerrar a exposição, alegando que “quando a arte não é capaz de gerar inclusão, perde o seu propósito maior, que é elevar a condição humana.” Mas, pelo que pudemos perceber, foi exatamente isso que a exposição propôs em todos os momentos.

“Mas o que raios essa Universidade tem a ver com isso?!”

Antes de tudo, este espaço abriga dentro de seu Campus uma diversidade imensa de seres vivos, cada um com suas particularidades e especificidades, e, dentro de toda essa vastidão, todos nós de certa forma enquanto seres pertencentes a este meio podemos nos identificar com os sentidos e motivos apresentados nesta exposição. Porém, contudo, entretanto, todavia, a minha, a sua, a nossa “adorada” Rede Metodista, por intermédio de seu diretor-geral Robson Ramos de Aguiar, foi uma das instituições que lançaram notas de repúdio à esta exposição tão bela e necessária em tempos de luta como esse,  alegando de maneira grosseira, pobre, arcaica e preconceituosa que a exposição “fere a moral e os bons costumes” e, como já deixamos bem claro, Robson, sua corja e a rede NÃO NOS REPRESENTAM, muito pelo contrário, nos ferem cada vez de maneira mais profunda e vil.

Essa miniexposição é a nossa forma de protesto contra essa nota de repúdio, que não contempla toda a diversidade e pluralidade, não só desse campus universitário, mas de todo um país multicultural.”

Foto: Unimep