Estudantes da PUC de Goiás são flagrados em vídeo abusando de vaca no pasto
Agressão provocou revolta em professores após repercussão do vídeo nas redes
Um vídeo que mostra quatro alunos de medicina veterinária da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), em Goiânia, maltratando uma vaca tem gerado ampla repercussão na instituição e entre organizações voltadas aos direitos dos animais. Os estudantes foram flagrados cercando a vaca para montar no animal. Eles a perseguem, puxam seu rabo, enquanto ela tenta fugir, visivelmente amedrontada.
A reitoria e a Polícia Civil estão apurando o caso. A coordenação do curso informou que estuda a punição dos alunos, reforçando que não haverá impunidade.
No vídeo, os estudantes parecem segurar latas de cerveja. Um deles cai no chão enquanto puxava o rabo do animal. “Os caras saem da faculdade, enchem o rab* de cachaça, entram no pátio da PUC e vão mexer com os animais”, disse o autor do vídeo, que passava pelo local presenciou a agressão.
https://twitter.com/leandromgontijo/status/1512221771876941829
Este mês, como é sabido entre estudantes do curso, é conhecido como abril laranja, quando ações voltadas ao combate à crueldade contra os animais deveriam ser estimuladas pelo curso de medicina veterinária.
A Associação Atlética Acadêmica Maria Ivete, do curso de medicina veterinária da PUC, publicou uma nota de repúdio em sua rede social e informou que os estudantes responsáveis pelo abuso não participarão mais de atividades da entidade.
Em publicação do G1, depoimentos de vários professores reforçaram o repúdio contra os estudantes. Nós esperamos com muita sinceridade que os envolvidos em maus-tratos aos animais, sejam domésticos, silvestres, recebam as devidas punições”, disse a professora Karla Greick, diretora adjunta de ciências médicas e da vida, conforme publicado no jornal.
A universidade também se pronunciou em nota e abriu um procedimento disciplinar para identificar os alunos e determinar as sanções pertinentes. Nas redes, a instituição publicou vídeos com depoimentos de professores em repúdio ao caso.
Para o delegado Luziano Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema), o caso pode caracterizar o crime de abuso, que tem pena de multa e detenção de até um ano. Para a Ordem dos Advogados de Goiás (OAB-GO), o caso pode ser enquadrado no artigo 225 da Constituição Federal, que veda atos de crueldade contra os animais.
“As pessoas estavam induzindo o animal ao sofrimento a partir do momento que puxam o rabo dele. Isso é um tipo de crueldade, a pessoa dobra o rabo do animal e senta nele”, declarou ao G1 Pauliane Rodrigues, presidente da Comissão Especial de Proteção e Defesa Animal da OAB-GO.