Os resultados eleitorais apontam para um possível retorno da esquerda ao poder

Foto: reprodução /@LuisaGonzalezEc

Após uma eleição marcada por tensões e reviravoltas, o Equador se encaminha para um segundo turno eleitoral que promete ser acirrado. Os dois principais candidatos que emergiram da corrida eleitoral são Luisa González, uma representante da esquerda e herdeira política do ex-presidente Rafael Correa. O outro candidato é Daniel Noboa, um empresário liberal que se apresenta como um “outsider” de centro-direita. Com cerca de 93% das urnas apuradas, González detém 33,3% dos votos, enquanto Noboa alcança 23,6%. A votação ocorrerá em 15 de outubro.

Sob as regras eleitorais do país, para evitar um segundo turno, um candidato precisa assegurar mais de 40% dos votos e manter uma vantagem de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado. Christian Zurita, que assumiu a candidatura após o trágico assassinato de Fernando Villavicencio, ocupa o terceiro lugar com 16,5% dos votos.

Os resultados eleitorais apontam para um possível retorno da esquerda ao poder. Enquanto Noboa representa os interesses da elite econômica e empresarial, Luisa González é uma das poucas candidatas que defende a “reafirmação do monopólio estatal sobre armamentos” como medida para reduzir a criminalidade.

O candidato Villavicencio foi assassinado no dia 9 de agosto em meio a uma onda de violência provocada pelo tráfico de drogas, que nos últimos anos elevou a taxa de homicídios para o recorde de 26 por 100 mil habitantes em 2022, quase o dobro do registrado no ano anterior, apontou a Organização das Nações Unidas. A polícia prendeu suspeitos e investiga os mandantes do assassinato.

Os equatorianos foram às urnas antecipadamente devido à dissolução da Assembleia Nacional, em maio, pelo atual presidente Guillermo Lasso, que convocou novas eleições para evitar um processo de impeachment por alegações de corrupção. O próximo líder eleito assumirá o cargo por um mandato mais curto, até maio de 2025.