A Polícia Federal deflagrou duas operações em Roraima para desmantelar um esquema de venda ilegal de armas, no qual garimpeiros eram os principais compradores. O esquema envolvia policiais penais, além de um policial civil, que negociavam armamentos e munições de forma clandestina, utilizando o WhatsApp como principal canal de comunicação. O caso teve origem na Operação Alésia, deflagrada em 2020, que inicialmente investigava o favorecimento de uma facção criminosa dentro do sistema prisional do estado.

Entre os alvos das operações estão o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Miramilton Goiano, e o deputado estadual e policial penal Rarison Barbosa. Embora as investigações sobre o comandante da PM e o deputado não estejam diretamente ligadas à venda de armas para garimpeiros, ambas as operações são desdobramentos das apurações feitas a partir da Operação Alésia. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nas duas operações.

O esquema funcionava com dois policiais penais liderando a compra regular de munições em lojas autorizadas, que depois eram vendidas a garimpeiros, considerados os melhores clientes devido ao alto lucro gerado. Outros membros do grupo criminoso eram responsáveis por negociar as armas através do WhatsApp, atraindo principalmente garimpeiros em busca de armamento para proteger suas atividades ilegais de mineração em áreas isoladas da Amazônia.