Entenda o que está por trás do desaparecimento gradual da Duna do Pôr do Sol, em Jericoacoara
O espaço antes ocupado pela imponente duna de 60 metros de altura foi engolido pelas águas e resta apenas 10 metros de largura em uma das regiões
O desaparecimento pouco a pouco da Duna do Pôr do Sol (DPS), um dos principais cartões-postais de Jericoacoara (CE), está causando preocupação entre os moradores e autoridades locais. A vila atrai cerca de 600 mil visitantes por ano e sempre foi um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil. No entanto, a ameaça iminente representada pelo avanço do mar coloca em risco não apenas a paisagem icônica, mas também a própria estabilidade da praia e da comunidade local.
O espaço antes ocupado pela imponente duna de 60 metros de altura foi engolido pelas águas, e resta apenas 10 metros de largura em uma das regiões.
Estudos realizados pelo Labomar, da Universidade Federal do Ceará (UFC), revelam que as dunas de Jericoacoara desempenharam um papel crucial ao longo dos séculos, impedindo o avanço do Atlântico sobre o continente. No entanto, a expansão urbana e a falta de reposição de sedimentos colocam a praia em risco de ser permanentemente tomada pelo mar.
Alexandre Carvalho, geólogo do Labomar, alerta para a importância vital das dunas na manutenção da costa e adverte que a ausência de novas formações na rota das dunas pode ter consequências graves para a região.
Além de servir como um mirante privilegiado para admirar o espetáculo do pôr do sol, a DPS desempenhava um papel fundamental na estabilidade costeira. A geografia única de Jericoacoara, marcada pela presença da Pedra Furada e pela dinâmica das dunas em movimento, é agora ameaçada pela falta de reposição desses montes de areia.
A comunidade local já sente os impactos do avanço do mar
Barracas de caipirinha foram forçadas a se realocar devido à maré alta, enquanto proprietários de pousadas e restaurantes recorrem a medidas emergenciais, como a colocação de pedras, para conter o avanço das águas.
Enfrentando uma situação cada vez mais crítica, as autoridades locais e especialistas se mobilizam para encontrar soluções. O Labomar realizará um novo estudo nos próximos seis meses para avaliar até que ponto o mar pode avançar e formular estratégias de contenção. Alexandre Carvalho destaca a importância da abertura de corredores de vento para favorecer o transporte de sedimentos e restaurar a estabilidade costeira.
*Com informações de O Globo