Enem: a voz da resistência indígena ganha espaço com Brô MCs, Txai Suruí e Oweará
Luta indígena ganha visibilidade em prova que é porta de entrada para o ensino superior
A ativista indígena Txai Suruí, o rapper Oweará (Kunumi MC), e o grupo de rap indígena Brô MCs foram destaques na primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, aplicada na tarde de domingo (5/11) em todo o Brasil.
Txai Suruí, que foi uma das líderes da Marcha dos Indígenas em Brasília em 2022, foi citada em uma questão do caderno de Linguagens. A questão abordava a fala da jovem na Organização das Nações Unidades (ONU), em 2022, em que ela denunciou a invasão de terras indígenas e o desmatamento da Amazônia.
Já o Brô MCs e Oweará (Kunumi MC), grupo de rap formado por indígenas da etnia Guarani Kaiowá, de Dourados, Mato Grosso do Sul, foi citado em outra questão do caderno de Linguagens. A questão abordava o movimento rap indígena e sua importância para a cultura e a defesa dos direitos dos povos originários.
O destaque de Txai Suruí e do Brô MCs no Enem foi comemorado por lideranças indígenas e ativistas sociais. Para eles, a presença das duas figuras na prova é um importante passo para a visibilidade da luta indígena no Brasil.
“É um momento histórico”, disse Txai Suruí em entrevista à imprensa. “Essa questão no Enem mostra que a luta indígena está chegando a todos os cantos do Brasil”.
“É uma conquista para todos os povos indígenas”, disse o rapper Kaiowá, do Brô MCs. “Essa questão mostra que o rap indígena é uma voz importante para a sociedade”.
O Enem é uma das principais provas de seleção para o ensino superior no Brasil. A prova é aplicada anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e foi criada durante o governo Lula, com o comando do então ministro Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda.