As empresas desenvolvedoras de programas de espionagem recusaram um convite do ministro Cristiano Zanin para debater a questão no Supremo Tribunal Federal (STF). O convite foi feito em um momento crucial, em que a Procuradoria-Geral da República busca regulamentar o uso de softwares de espionagem no país. As audiências, que visavam discutir essa regulamentação, estavam marcadas para os dias 10 e 11 de junho.

Entre as empresas convidadas, NSO Group e Cognyte/Verint, responsáveis por vender os programas Pegasus e FirstMile, declinaram a participação. Esses softwares foram utilizados para espionagem ilegal de autoridades no Brasil, incluindo ministros do STF, críticos do governo e até aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme revelado sob a gestão anterior.

O ministro Zanin expressou preocupação com a ausência dessas empresas nas discussões, destacando a importância de ouvir todos os lados envolvidos no debate sobre a regulamentação de tecnologias de espionagem.

“É fundamental que as empresas responsáveis por desenvolver esses programas participem das discussões para que possamos entender melhor os riscos e impactos de seu uso indiscriminado”, afirmou Zanin.

A recusa das empresas em participar do debate levanta questões sobre a transparência e a responsabilidade dessas corporações no uso de suas tecnologias. A regulamentação desses softwares é vista como uma medida necessária para proteger a privacidade e a segurança das autoridades e dos cidadãos brasileiros.

A gestão anterior, liderada por Jair Bolsonaro, foi marcada por acusações de monitoramento ilegal através da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Esses atos de espionagem incluíam a vigilância de ministros do STF e críticos do governo, o que aumentou a preocupação com o uso descontrolado dessas tecnologias no país.

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