Empresário de Alexandre Pires é preso por ligação com garimpo ilegal na Terra Yanomami
A Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo, Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC)
O empresário Matheus Possebon, que também administra a carreira do cantor Alexandre Pires, foi preso preventivamente pela Polícia Federal de Santos, no litoral de São Paulo. A detenção ocorreu logo após Possebon desembarcar do cruzeiro temático do artista. Além do empresário e outros parceiros de negócios, garimpeiros também estão sob investigação por movimentarem R$ 250 milhões em transações relacionadas à cassiterita, um minério utilizado na produção de tintas, plásticos e fungicidas. O mineral foi extraído ilegalmente da Terra Indígena Yanomami.
De acordo com informações obtidas pelo g1, Alexandre Pires foi conduzido à sede da PF em Santos na manhã de segunda-feira (4) para prestar depoimento, sendo posteriormente liberado. O cantor é suspeito de ter recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora envolvida em um esquema de financiamento e logística do garimpo ilegal. Até o momento, os representantes do cantor e de Matheus Possebon não responderam aos contatos da imprensa.
A Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo, Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). Mandados de busca foram executados em imóveis ligados a Alexandre Pires em Uberlândia e Itapema.
A PF também informou que mais de R$ 130 milhões dos suspeitos foram sequestrados, sem divulgar os nomes envolvidos nessa cifra. Não houve buscas dentro do navio de cruzeiro, mas Alexandre Pires e Matheus Possebon foram conduzidos após desembarcarem.
A operação, intitulada “Disco de Ouro”, é um desdobramento de uma ação anterior da PF deflagrada em janeiro de 2022, na qual foram apreendidas 30 toneladas de cassiterita extraída da Terra Indígena Yanomami. O inquérito aponta para um esquema de “lavagem” do minério ilegal, que seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, no Pará, sendo supostamente transportado para Roraima para tratamento.
*Com informações do G1