Michelle Bolsonaro pode estar envolvida em esquemas de desvio de recurso.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgou que empresa investigada por bancar despesas pessoais de Michelle Bolsonaro moveu 32 milhões de reais no primeiro quadrimestre de 2023. Relatório do órgão aponta que o volume financeiro das operações são incompatíveis com o porte da empresa.

Com base nas informações do documento, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) enviou requerimento à CPMI de 8 de Janeiro solicitando a convocação de Michelle Bolsonaro.

As informações divulgadas pelo Estadão mostram ainda que a empresa Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção transferiu recursos para o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, que era auxiliar de Bolsonaro e foi preso por falsificar cartões de vacinação. A empresa, por sua vez, recebia verba pública, através de contrato com o Governo Federal via Codevasf e outros órgãos públicos.

A matéria do Estadão também diz que a Policia Federal apura um suposto esquema, no qual a empresa teria enviado recursos ao sargento, e este teria repassado para Michelle Bolsonaro. O Tribunal de Contas da União investiga a empresa.

No relatório, o Coaf afirma o seguinte:

“Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte/estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividade não declarada”, publicou o Estadão.

O órfão fiscalizador também mostrou que a empresa recebeu 16 milhões de reais e que logo em seguida lançou um gasto com o mesmo valor.

Michelle Bolsonaro também obteve repasses de Fabrício de Queiroz; relembre

Não é a primeira vez que repasses à ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, levantam suspeitas de esquema financeiro. Em 2020, Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), enviou cheques no valor total de 89 mil para Michelle, entre 2011 e 2016.

O Supremo Tribunal Federal, no entanto, votou pelo arquivamento do pedido de investigação em 2021, feito um ano antes por meio de notícia-crime enviado por um advogado. À época, Bolsonaro alegou que o dinheiro era de uso pessoal dele.

Queiroz foi preso em 2020. O mandado de prisão expedido na ocasião foi um desdobramento da investigação da ‘rachadinha’ na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O antigo “faz tudo” de Bolsonaro trabalhava no gabinete de Flávio, filho do ex-presidente.

Queiroz movimentou 1,2 milhões de reais em suas contas, montante considerado ‘atípico’ pelo Coaf.