Empresa nega indenização a vítimas de trabalho escravo em vinícolas do RS
A Fênix Serviços LTDA negou a proposta de indenização do Ministério Público do Trabalho (MPT)
A Fênix Serviços LTDA negou a proposta de indenização do Ministério Público do Trabalho (MPT)
Empresa responsável pela contratação dos trabalhadores resgatados nas vinícolas de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, a Fênix Serviços LTDA negou a proposta de indenização do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Em uma audiência virtual, os representantes da empresa foram contrários ao pagamento de indenização individual aos 207 trabalhadores e não reconheceu que eles estavam em condições análogas à escravidão.
Entretanto, a empresa afirma que pagou apenas as verbas rescisórias, estimada em R$ 1 milhão, de acordo com seus representantes.
As vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi possuem dez dias para apresentar toda a documentação do pagamento dessa verba ao Ministério Público da Bahia e do Rio Grande do Sul.
Cassação de vereador
Por unanimidade, a Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS) abriu o processo de cassação do vereador bolsonarista Sandro Fantinel. Após defender o trabalho escravo e dar declarações xenófobas e racistas contra vítimas resgatadas em vinícolas de Bento Gonçalves, manifestantes de partidos de esquerda lotaram a Câmara Municipal na sessão desta quinta-feira (2).
Foi criada uma comissão processante formada por três vereadores: Tatiane Frizzo (PSDB), o relator Edi Carlos Pereira de Souza (PSB) e Felipe Gremelmaier (MDB). O grupo terá 90 dias para tomar a decisão que pode levar a cassação do vereador.
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Sandro Fantinel também foi expulso do seu partido, o Patriota, por violar a dignidade humana ao ofender trabalhadores resgatados. A decisão foi do diretório nacional do partido. O vereador disse que as empresas devem contratar funcionários argentinos, pois estes seriam “limpos, trabalhadores e corretos”.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), classificou como desumana as falas do vereador e decidiu acionar a Justiça.
“Eu repudio veementemente a apologia à escravidão e não permitirei que se refiram à nossa gente com preconceito. É desumano, vergonhoso e inadmissível ver que há brasileiros capazes de defender a crueldade humana”, disse o governador.