Em SP, testemunhas na favela do Moinho são presas injustamente como traficantes
Nesta sexta-feira, 20, a Favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo, amanheceu com cerca de 30 viaturas da Polícia Militar.
A ação teria sido motivada, segundo a corporação, por uma denúncia anônima, através de um boletim de ocorrência, acusando que haveria alguém armado em um dos barracos.Essa foi a única justificativa para a violação dos direitos fundamentais dos moradores que tiveram suas casas arrombadas pelos policiais sem nenhum mandado judicial.
Foram levados 3 jovens para a 77° DP, como testemunhas de uma suposta apreensão de 200 kg de drogas, entre elas maconha, cocaína e lança perfume.
Ao chegar na delegacia, os jovens foram abordados não como testemunhas, mas como possíveis traficantes daquilo que foi achado pela polícia. Agora eles estão presos e aguardam a audiência de custódia, que irá ocorrer neste sábado a qualquer momento, no fórum da Barra Funda.
Os moradores já declararam que nenhum dos 3 meninos têm envolvimento com tráfico de drogas. Raquel dos Santos, 44, mãe de dois dos três jovens, afirma que eles não têm o vínculo com tráfico e diz que os meninos, seus filhos, estão trabalhando com reciclagem.
É importante ressaltar que as penitenciárias do Brasil estão cheia de pessoas como esses rapazes, com processo em curso e com a espera de ser julgado. Muitas vezes, são inocentes, porém essa é uma das muitas formas do Estado praticar genocídio histórico com a juventude de periferia.
Todo o acompanhamento dos desdobramentos dessa ação da polícia foi e está sendo feito pelo grupo Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio.