Em sessão tumultuada, acusado de mandar matar Marielle Franco sai ileso e votação é adiada
Deputados Gilson Marques (Novo-SC), Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Fausto Pinato (PP-SP) pediram vista durante e CCJ adia voação sobre a confirmação da prisão de Domingos Brazão (União Brasil). Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco
Deputados Gilson Marques (Novo-SC), Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Fausto Pinato (PP-SP) pediram vista durante a sessão de Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados que iria decidir sobre a confirmação da prisão do deputado federal Domingos Brazão (União Brasil). Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco.
Agora, os deputados que, na prática, impediram a confirmação da prisão do deputado, obrigam a CCJ aguardar mais 72 horas até o presidente da casa, Arthur Lira, colocar em votação no plenário da Câmara o pedido do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que decidiu pela prisão preventiva de Domingos, do seu irmão, Chiquinho Brazão, e do ex-chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa.
“São seis anos esperando por justiça e vocês passando pano para miliciano”, afirmou a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), ao responder o deputado do Partido Novo, Gilson Marques, que afirmou: “Fico pasmo a pressa o afogadilho de decidir algo importante”.
Brazão acompanhou a sessão remotamente no presídio da Papuda.
Enquanto isso, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene em homenagem a Marielle e Anderson. Talíria Petrone (PSOL-RJ) instou pela manutenção da prisão de Brazão, destacando a responsabilidade do Parlamento em lidar com o caso.
O próximo passo, conforme precedentes anteriores, seria a apreciação do relatório da CCJ no plenário da Câmara, que requer maioria absoluta para aprovação final, um total de 257 votos. O deputado Darci de Matos (PSD-SC), autor do parecer favorável, expressou confiança na aprovação.
O relator do caso na CCJ reforçou em seu voto a concordância com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A prisão de Brazão e outros suspeitos foi parte da Operação Murder Inc, iniciada pela Polícia Federal por ordem do STF. Brazão foi expulso por unanimidade do União Brasil em uma reunião virtual realizada no domingo.
A Procuradoria-Geral da República pediu o confisco de bens dos acusados “para assegurar a reparação de danos aos familiares” no valor de R$ 3 milhões por vítima, incluindo Fernanda Chaves, a ex-assessora de Marielle que estava no carro atacado.