Nas cidades de Várzea Grande e Cuiabá, em Mato Grosso, um projeto sociocultural acaba de formar multiplicadores aptos a desenvolverem equipamentos analógicos de projeção de luz para se expressar e realizar intervenções urbanas. A iniciativa Vagalúmens alcançou estudantes da rede pública estadual, além de estender ações a artistas visuais, membros de organizações socioambientais e à comunidade acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), via projeto de extensão.

Durante as oficinas, os participantes realizaram intervenções artísticas a partir da projeção manual com uso de recursos simples, como recortes, transparências e uso de lanternas. E como, resultado, as mensagens trataram de afeto, memórias e também, manifestaram desejos de mudança alinhados às pautas da justiça social e climática.

Acompanhando de perto a aplicação do conteúdo em uma das escolas, a professora Rúbia Maria do Prado, avalia que o Vagalúmens ofereceu uma oportunidade rara de aprendizagem a partir de momentos lúdicos que se eternizam na trajetória estudantil.

“Através da arte, eles enxergam um mundo mais sensível e colorido. A metodologia inspira, desperta curiosidade e será replicada pelos próprios estudantes para os 200 alunos do ensino médio, mostrando também seu potencial de aprendizagem profissional”.

Em sintonia com as impressões da professora, a idealizadora do projeto, Daniela Kern, destaca que o Vagalúmens “é um projeto que envolve arte, ciência e tecnologia de forma viva, experimental e profundamente humana”.

Do hub Projeções Poéticas, Daniela convocou o artista Mozart Santos para ministrar as oficinas. Ele, que é co-criador da iniciativa Projetemos, explora projeções e videomapping misturando alta e baixa tecnologia para criar intervenções urbanas e poéticas. Também compôs o time, Rogério Mendes, artista cuja pesquisa transita pelo grafite, muralismo, ilustração, estêncil e lambe-lambe.

Daniela, que também é pesquisadora do Programa em Estudos de Cultura Contemporânea (PPG-ECCO/UFMT) e curadora do projeto, explica que a iniciativa propõe um encontro entre arte, ciência e educação. “A escola e as universidades são espaços de descobertas. Quando um estudante constrói um projetor com as próprias mãos e vê sua imagem ganhar luz, ele entende que aprender também é experimentar, investigar e criar sentido para o mundo. A luz acaba sendo um manifesto que revela caminhos que a tecnologia, por si só, não dá conta de mostrar”.

Alunos da escola estadual Porfíria Paula de Campos (Foto: Jhenifer Catherine)

O projeto Vagalúmens é uma realização do hub Projeções Poéticas e Associação Aqui é Mato, com patrocínio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso – via emenda do deputado Lúdio Cabral – e Governo de Mato Grosso, via Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT). Tem ainda apoio da Pippa Cultura, Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), e da Universidade Federal de Mato Grosso via Museu de Arte e Cultura Popular (Macp) e Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Lazer (Procev).