Em MT, Oddlybox aposta no protagonismo de pessoas trans na produção e line-up de evento
Evento marca a circulação de artistas independentes e celebra a potência da música eletrônica como resistência
A inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho deve ir muito além da formação. Elas devem ocupar espaços reais para demarcar seu protagonismo na produção, com mais oportunidade. É essa a diretriz que move o evento de música eletrônica, OddlyBox, que ocorre neste sábado (30), no Parque das Águas, em Cuiabá (MT).
A maioria do staff é constituído por pessoas beneficiadas pela ONG Cidadão Oddly, que busca unir acolhimento e formação para pessoas trans e travestis, amparando-as na formalização e inserção no mercado de trabalho, com foco na produção de eventos.
E o protagonismo se consolida também no line up do evento, que promove o diálogo entre as cenas paulistana e cuiabana. À pista 360° sobem Malveck e Candy, da Festa Grave (SP) e Samü (Projeto Kevin-SP), além de atrações mato-grossenses, como o DJ Foguinho, Karine Bueno e Lupitatrans, mulher negra, trans e ativista das causas da diversidade.
A organização realça que a música eletrônica como se conhece hoje existe graças às fortes influências de mulheres trans. De Wendy Carlos, que ajudou a desenvolver o primeiro sintetizador modular da história e abriu caminho para a eletrônica moderna, à artista ARCA, uma das grandes referências do gênero no mainstream. Assim, para Oddlybox, incluir pessoas trans nesses espaços é mais do que uma boa ação: é uma dívida histórica.
E já da perspectiva de construção de cena, nos últimos 6 anos, a OddlyProd tem se dedicado à idealização de eventos que buscam consolidar uma cena noturna em Cuiabá cada vez mais expressiva localmente e, quem sabe, nacionalmente. E para o fundador da OddlyProd, Vinícius Marquetti, esse é mais um evento estratégico para promover conexão. “São Paulo é o maior polo da música eletrônica do Brasil. Mas vale ressaltar, Cuiabá já foi um spot forte da cena nos anos 2000. A gente aposta na fusão desses dois mundos”.
Inovação
Com pista em 360º, iluminação, estética internacional e ambientação visual imersiva, a OddlyBox constrói um novo território para a música eletrônica no Centro-Oeste. A identidade visual bebe de referências como Boiler Room, Mamba Negra, Dekmantel e cultura rave, com linguagem minimalista e digital.
A programação busca atrair um público híbrido: artistas, estudantes, criadores, produtores, amantes da cultura clubber e sonoridades eletrônicas com personalidade. O evento também contará com registro audiovisual, ações de marca e conteúdos exclusivos antes e depois da noite.
