Lideranças indígenas denunciam política etnocída, genocida e ecocida
Depois de quatro dias de debates, rituais e trocas, as mais de 450 lideranças indígenas assinam documento que reafirma a resistência e denuncia a política etnocída, genocida e ecocida do governo Bolsonaro.
Depois de quatro dias de debates, rituais e trocas, as mais de 450 lideranças indígenas que participaram do Encontro dos Povos Mebengokrê, que aconteceu entre os dias 14 e 17 de janeiro as margens do Rio Xingu, no Mato Grosso, assinaram o “Manifesto do Piaraçu das lideranças indígenas e caciques do Brasil, documento no qual reafirmam a resistência de mais de 520 anos dos povos originários desse país e denunciam a política etnocida, genocida e ecocida do governo Bolsonaro.
A liderança e o papel das mulheres na luta do movimento indígena e o reconhecimento da força da juventude também são pontos destacados no documento, além de parágrafos inteiros sobre a saúde, a educação, a demarcação de terras e o impedimento da exploração mineral, madeireira e agrícola dos territórios indígenas. Raoni Metukire, com seus aproximadamente 89 anos, foi uma das lideranças que participou da construção da Constituição de 1988 e que garantiu os artigos 231 e 232 com o reconhecimento dos direitos indígenas e foi quem liderou o encontro que aconteceu em sua aldeia.
Outro destaque do encontro foi a retomada da Aliança dos Povos da Floresta, movimento que foi protagonizado por Chico Mendes na década de 1980 quando se uniram indígenas, ribeirinhos, seringueiros e outros povos que vivem na mata para defender seus territórios e garantir a preservação da Amazônia. Ângela Mendes, atual coordenadora do Comitê Chico Mendes, participou de todo o encontro e firmou compromisso em retomar a aliança.
Confira algumas fotos do encontro: