Um candidato ambientalista tem se destacado na defesa de ações de enfrentamento à mudança climática na eleição a prefeito de Florianópolis (SC): Marcos José de Abreu – Marquito, atual deputado estadual na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Em meio à chegada da fumaça ao ar da capital catarinense e posterior queda de chuva escura, Marquito alertou e orientou a população, chamando a atenção para as propostas do seu plano de governo para adaptar a cidade e proteger a população dos efeitos da crise climática. Cerca de 97% do território de Florianópolis ficam em uma ilha, ambiente sensível a impactos de eventos extremos.

“Todo candidato precisaria ter a responsabilidade de apresentar ações de adaptação à mudança climática no topo das propostas. O clima não precisa ser popular para ter ações de responsabilidade”, disse Marquito. Para ele, “cuidar do clima significa cuidar da vida das pessoas. Atuar na prevenção é a diferença entre a vida e a morte, entre a manutenção e a perda de uma casa ou de todos os pertences.”

Marquito foi o único que abordou fortemente o tema durante toda a campanha e agora está com chance de ir para o segundo turno. O candidato promete criar uma Secretaria de Defesa Civil e Mudança Climática. Seu plano de governo chama a atenção por ser um dos mais completos do país no que se refere a clima, incluindo recortes de gênero, raça e renda na abordagem das populações mais vulneráveis. Estão previstas ações como:

  • o fortalecimento dos sistemas de alerta precoce, para prevenir e mitigar impactos de desastres climáticos;
  • a elaboração de um Plano de Adaptação Climática para o município;
  • o desenvolvimento de um Plano Municipal de uso e ocupação do solo com base em avaliações de risco;
  • a criação de áreas públicas permeáveis, jardins filtrantes, corredores ecológicos, parque lineares e outras infraestruturas para construção de uma cidade resiliente;
  • o uso das atuais áreas protegidas como instrumentos de Soluções Baseadas na Natureza;
  • a adoção de sistemas ecológicos descentralizados para coleta e tratamento de esgoto e implantação de tecnologias sustentáveis de manejo das águas de chuva;
  • a restauração de ecossistemas costeiros-marinhos, tais como, manguezais, recifes de corais e restingas, para proteção das comunidades e infraestruturas contra eventos climáticos extremos e aumento do nível do mar;
  • a reestruturação dos órgãos ambientais municipais que estão enfraquecidos, como a Fundação Municipal do Meio Ambiente, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Florianópolis e a Companhia de Melhoramentos da Capital;
  • e a realização de campanhas educativas para aumentar a resiliência comunitária.

DESTAQUE NA ONU- Enquanto deputado estadual, Marquito preside a Comissão de Turismo e Meio Ambiente, a Bancada da Grande Florianópolis e o programa Alesc Sustentável. Agroecologia, segurança alimentar e nutricional, ciclomobilidade e saneamento ecológico estão entre suas principais pautas. O parlamentar foi vereador por dois mandatos em Florianópolis, tendo sido autor das leis da Compostagem, Política Municipal da Agroecologia e Produção Orgânica, Floripa Zona Livre de Agrotóxicos e Direitos da Natureza. Essa última lei virou uma referência internacional e foi apresentada por Marquito na ONU em 2022. Com um histórico de atuação na área ambiental, Marquito é engenheiro agrônomo e um dos criadores do projeto Revolução dos Baldinhos, que concebeu uma tecnologia social de gestão comunitária de resíduos sólidos, utilizando compostagem e agricultura urbana como principais ferramentas.

Em parceria com a Secretaria de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marquito está organizando, como deputado estadual, uma delegação de Santa Catarina para ir à COP 30, que se reunirá antes em evento preparatório. Marquito também coordenará, ao lado do deputado Fernando Krelling (MDB), a Frente Parlamentar da COP 30, que já teve a criação aprovada e em breve será instaurada. O deputado ainda tem conversado com a ministra Marina Silva sobre ações para a substituição das atuais frotas por versões elétricas no transporte público e na coleta de lixo.