Em Londres, em 30 de junho dois ativistas do movimento Just Stop Oil colaram as mãos na moldura da tela “Pessegueiros em Flor”, de Van Gogh. Já no início de julho, outros dois representantes do coletivo que milita pelo fim do uso de combustíveis fósseis fizeram a mesma intervenção no quadro a “A última Ceia, de Leonardo da Vinci, em exibição na Royal Academy of Arts.

Nesta sexta-feira (22), foram os manifestantes do grupo italiano Última Geração (Ultima Generazione) que coloram as mãos na tela “A Primavera”, do artista italiano Sandro Botticelli, em exibição na galeria Uffizi, em Florença. Este é um dos símbolos da arte renascentista.

 

 

As imagens foram compartilhadas pelo coletivo de ativismo, nas redes sociais. Eles alertaram que “se o clima entrar em colapso, toda a civilização como a conhecemos entra em colapso. Não haverá mais turismo, nem museus, nem arte”. Eles realçaram a urgência do fim do uso de combustíveis fósseis.

Não houve dano à tela. “Escolhemos a Primavera porque sabíamos que, para protegê-la, havia uma espessa camada de vidro”, explicou o coletivo em post nas redes. Na sequência, o vidro foi limpo. Mas os ativistas foram retirados à força da galeria e o trio (mais uma pessoa filmava a ação) está impedido de voltar a Florença por três anos.

No Twitter, o Ultima Generazione se defendeu: “Vamos falar sobre como é estúpido continuar culpando o cidadão individual à medida que acordos cada vez mais favoráveis ​​são feitos para as multinacionais de petróleo e gás”. A frente ativista do mesmo coletivo, só que na Alemanha, questionou em tweet: “com quem você quer ficar com raiva? Com aqueles que colam as mãos em uma pintura de Botticelli ou com os que continuam a destruir a própria civilização apesar de todos os avisos?”.