Em um ano, o Rio de Janeiro registrou quase 9 mil casos de estupro, conforme dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e pelo Disque 100. Isso significa que, em média, pelo menos uma denúncia de violência sexual foi feita a cada hora no estado.

Dos 8.836 relatos de abuso sexual documentados em 2023, 3.540 foram de crianças com até 13 anos, evidenciando um cenário sombrio em que 40% das vítimas eram menores de idade.

O crime de abuso de vulnerável já é considerado um problema de saúde pública no Brasil pela Unicef.

A análise dos dados revela um padrão na violência sexual infantil não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o país. Das vítimas registradas, 86% eram meninas, e 67% eram pardas ou pretas. Mais perturbador ainda é o fato de que os principais agressores são pais, mães, padrastos e madrastas, e a grande maioria dos abusos ocorre dentro do ambiente doméstico.

A subnotificação desses casos é um grave problema, com apenas 7 a cada 100 casos chegando ao conhecimento das autoridades. Barreiras como a dificuldade das crianças em compreender o que estão passando, ameaças por parte dos agressores e a relutância de outros membros da família em denunciar contribuem para a impunidade e para a continuidade desses crimes.