O partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU) venceu as eleições parlamentares da Alemanha neste domingo (23), com 28,6% dos votos após a conclusão da contagem. Este é um cenário político caracterizado por uma mudança geral para a direita, mas também para a esquerda, devido à ascensão inesperada – entre os jovens – do Die Linke.

O resultado da eleição não parece trazer grandes surpresas em comparação com as últimas pesquisas. O governo, liderado pelos Sociais-Democratas (SPD), foi punido e atualmente está em terceiro lugar, com 16,4% e 120 assentos no parlamento. Enquanto o FDP (Partido Democrático Livre, direita liberal) do ex-ministro das Finanças Christian Lindner, que fez parte do governo até novembro de 2024, quando renunciou, não ultrapassa o limite de 5% para entrar no Bundestag.

O resultado representa uma mudança brusca para a direita. Não só a CDU/CSU, liderada por Merz, e a AfD conseguiram ganhar terreno, como a AfD ganhou mais de 9 pontos percentuais. O chamado Partido da União (CDU/CSU), em particular, está agora muito mais à direita em seu programa do que nas últimas eleições. Mas o forte resultado do Die Linke reflete uma certa polarização.

Em seu primeiro discurso, Friedrich Merz agradeceu ao Partido da União quase efusivamente. Mas praticamente não tem apoio entre os jovens. Nessa faixa etária, a pontuação é de apenas 13%, apenas 1% à frente do SPD e dos Verdes. Estes últimos reduziram seus resultados pela metade em comparação a 2021. O FDP, que também teve um bom desempenho entre os jovens em 2021, agora era apoiado por apenas 6% dos eleitores entre 18 e 24 anos.

Durante a jornada de hoje, a polícia utilizou gás pimenta. Houve manifestações antifascistas em Berlim. Houve várias detenções. Mais de 40.000 antifascistas saíram às ruas de Hamburgo para defender a democracia

A Esquerda é o partido mais popular entre os jovens de 18 a 24 anos, com 25%. A AfD vem em seguida com 20%. Isso confirma que a ascensão renovada do Die Linke é um fenômeno jovem. A polarização está tão presente entre os eleitores jovens quanto entre a população em geral. Entretanto, entre os jovens a inclinação para a esquerda é muito mais forte. Um movimento contra os ataques sociais do novo governo terá que contar com esse setor e tirar força da auto-organização em escolas e universidades.

Com informações do jornal Klasse Gegen Klasse