Em meio a uma onda de violência que varreu o Rio de Janeiro, duas crianças foram atingidas por balas perdidas na tarde de segunda-feira, trazendo uma preocupação ainda mais urgente sobre as operações em curso, em resposta aos mais de 35 ônibus incendiados, que afetou mais de 14 mil alunos da rede pública e trabalhadores que não conseguiram voltar para casa.

Uma menina de 5 anos foi atingida durante uma ação policial no Parque Analândia, em São João de Meriti, enquanto um menino de 10 anos foi alvejado por uma bala de raspão no joelho em Paciência, durante uma operação policial contra a milícia na região de Três Pontes.

Somente neste ano, o Fogo Cruzado, organização que monitora o cenário de violência no Rio de Janeiro, já registrou 21 crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com 8 delas perdendo a vida e 13 sofrendo ferimentos.

Medo

Os ataques criminosos que assolaram Santa Cruz na segunda-feira deixaram um rastro de medo e desolação. O bairro, conhecido por sua tranquilidade, testemunhou o fechamento da maioria dos comércios, incluindo o principal shopping local, que encerrou suas atividades muito antes do horário habitual.

A escassez de transporte público devido ao fechamento das estações do BRT Transoeste e da SuperVia deixou os moradores em uma situação delicada, com longas filas nos pontos de ônibus e vans cobrando preços exorbitantes, chegando a R$ 15 para trajetos curtos. Em um esforço para chegar em casa, trabalhadores recorreram a alternativas, como a divisão de carros de aplicativos, embora os custos tenham disparado.

Longe de casa

A jornada para voltar para casa se transformou em um pesadelo, com viagens que partiram do Centro da cidade em direção à Zona Oeste durando mais de três horas. Às 18h, o Centro de Operações Rio (COR) registrava 121 quilômetros de engarrafamento, um aumento alarmante de 66% em relação à média das três segundas-feiras anteriores, que atingia 73 quilômetros, destacou o Extra.

Até mesmo uma excursão escolar necessitou de escolta policial para garantir a segurança dos estudantes. Mais de 14 mil alunos ficaram sem aula na rede pública.