‘Drive My Car’ e o olhar sensível sobre o luto
Entenda como o filme japonês “Drive My Car” vem ganhando visibilidade nas premiações
Por Aline Bilches / Operação Claquete
“Drive My Car”, do diretor Ryusuke Hamaguchi não se apressa. O filme, que tem duração de 3 horas, introduz um prólogo de 45 minutos aproximadamente. A história é poética, com uma linguagem inusual ao costumeiro filme “hollywoodiano”, mas envolve na sua maneira de contar.
No longa vemos Yusuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima), um homem que ainda busca recursos de como superar a infidelidade de sua esposa – Oto (Reika Kirishima), após ter se tornado viúvo.
Dois anos depois, Yusuke ainda tenta decifrar Oto, e o arrependimento de não conseguir compreendê-la totalmente, até que é convidado para dirigir uma peça de teatro de Hiroshima, e retomar o cotidiano.
A partir desse instante, ele começa a confrontar a realidade que o cerca. O primeiro confronto acontece quando ele precisa lidar com Misaki Watari (Toko Miura), uma jovem chauffer que, por exigência da empresa, ele precisa permitir que dirija o seu precioso carro Saab 900.
A princípio Yusuke não gosta da ideia de ter outra pessoa dirigindo seu precioso veículo, quase que como um apego ao controle, mas de forma metafórica vemos um sujeito que fica vulnerável na conexão além do que sustenta, até então, como realidade.
O filme não é nada previsível, desde sua linguagem até as concepções que retrata sobre o amor sem posse, e o luto profundo e sutil.
“Drive My Car” ganhou na categoria como “Melhor Filme de Língua Não-Inglesa” na premiação Critics Choice Awards e foi indicado na categoria “Melhor Filme” no Oscar 2022.
Aline Bilches é publicitária e entusiasta de filmes e séries, ela é produtora de conteúdo e dona da página Operação Claquete. Escreve análise crítica sobre o tema e cria em sua página um espaço de troca sobre tudo relativo à entretenimento.
Texto produzido em cobertura colaborativa da Cine NINJA