Por Paty Zupo para a Cobertura Colaborativa #NECParis2024

Douglas Matera reafirmou seu lugar entre os principais nomes da natação paralímpica nos Jogos de Paris 2024. Em sua segunda participação, conquistou a medalha de prata no revezamento 4x100m livre misto, ao lado de Carol Santiago, Lucilene Souza e Matheus Rheine. O entrosamento da equipe foi decisivo para a conquista.

Nos 100m costas S12, Douglas marcou seu melhor tempo pessoal, 1:03.74, e terminou em sexto lugar. A prova foi vencida pelo britânico Stephen Clegg, que quebrou o recorde mundial com 59.02s. Apesar de não ter subido ao pódio, Douglas apresentou um desempenho consistente ao longo da competição.

Agora, ele se prepara para disputar amanhã (07) os 100m borboleta S12, sua especialidade, buscando se despedir das piscinas de Paris com mais um pódio.

Na imagem, quatro paranadadores brasileiros celebram juntos no pódio das Paralimpíadas de Paris 2024. Da esquerda para a direita estão Carol Santiago, Lucilene Souza, Douglas Matera e Matheus Rheine. Todos vestem agasalhos amarelos e calças azuis com o nome "Brasil" estampado na perna, completando o uniforme oficial da delegação brasileira. Carol e Lucilene estão com os braços levantados, sorrindo amplamente. Douglas e Matheus também erguem os braços, com expressões de alegria e orgulho. Ao fundo, o público aplaude, enquanto os atletas celebram sua conquista.
Carol Santiago, Lucilene Souza, Douglas Matera e Matheus Rheine conquistaram a prata no revezamento 4x100m livre
Imagem: Marcello Zambrana/CPB

Início e desenvolvimento no esporte

Carioca, Douglas começou a nadar ainda criança, incentivado pelos pais. Ele e seu irmão, Thomaz Matera, também atleta paralímpico, têm retinose pigmentar, uma condição genética que provoca perda progressiva da visão, o que levou Douglas à natação adaptada.

Sua jornada nas piscinas começou aos quatro anos, no clube Casa de Espanha, no Rio de Janeiro. Durante a infância e adolescência, ele conciliou a natação com outros interesses, como o futebol, mas foi na água que encontrou sua verdadeira vocação. Embora tenha feito uma pausa para se dedicar aos estudos, Matera nunca se afastou completamente do esporte.

Formado em Engenharia Civil pela PUC-RJ, foi durante essa fase que a retinose pigmentar começou a impactar sua rotina. O apoio da família, especialmente do irmão, foi crucial para seu retorno às competições.

Motivado pela participação de Thomaz nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, Douglas retomou sua carreira na natação em 2017.

Na imagem, os irmãos Douglas e Thomaz Matera estão lado a lado, exibindo suas medalhas conquistadas no Parapan de 2023. Eles estão sem camisa, em um ambiente externo, com um fundo de banners da Vila Olímpica e da Prefeitura do Rio de Janeiro. Douglas, à esquerda, segura uma medalha de prata e usa outras medalhas no pescoço, enquanto Thomaz, à direita, exibe várias medalhas de ouro penduradas. Ambos sorriem, aparentando orgulho e alegria pelas suas conquistas.
Irmãos Matera exibindo as medalhas do Parapan 2023 — Foto: Theo Theodoro / Reprodução

História de ouro na Natação Brasileira

Nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019, Douglas Matera se destacou ao conquistar três medalhas de ouro e três de prata. Em 2023, nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, ele atingiu o ápice de sua carreira ao ganhar oito medalhas de ouro e ser eleito o melhor atleta da competição. O nadador paralímpico deixou o Vasco da Gama no início deste ano e, atualmente, treina no Praia Clube, em Uberlândia, Minas Gerais.

Em Lima 2019, Douglas conquistou seis medalhas: três ouros (100m costas, 400m livre e 100m borboleta) e três pratas (50m e 100m livre, 200m medley individual), todas na categoria S13. Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, ganhou a prata no revezamento misto 4x100m livre. Em 2022, no Campeonato Mundial da Madeira, foi ouro no revezamento 4x100m livre misto. No Mundial de 2023, em Manchester, conquistou três medalhas: ouro nos 100m borboleta e no revezamento 4x100m livre, além de bronze nos 100m costas.

Douglas Matera com suas oito medalhas de ouro do Parapan-americano de Santiago-2023 — Foto: Arquivo pessoal