Neste domingo (21), ativistas, artistas, movimentos sociais, frentes populares e diversos setores da sociedade realizam protestos em diversas cidades brasileiras, incluindo as 27 capitais, contra a aprovação da chamada PEC da Bandidagem e a tramitação em regime de urgência do projeto que prevê anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

As manifestações ganharam força nas redes sociais, com ampla mobilização de artistas e intelectuais, além da forte mobilização de frentes populares como Povo Sem Medo, Brasil Popular, 342 Artes. No Rio de Janeiro, o ato está marcado para as 14h, no Posto 5 de Copacabana, e terá apresentações de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Gadú, Marina Sena, Os Garotin, Paulinho da Viola, Djavan, Lenine, Ivan Lins. Outras capitais, como São Paulo, Belém, Salvador, Belo Horizonte e Brasília também articulam apresentações musicais junto ao grande ato.

A Mídia NINJA mobilizou, por meio da plataforma da Floresta Ativista, um grande chamado para cobertura colaborativa dos atos nas diversas cidades brasileiras. A ideia é que a pressão nas ruas também ganhe impacto nas narrativas das redes sociais.

A aprovação da PEC — apelidada por críticos de “PEC da Impunidade” ou “PEC da Bandidagem” — gerou forte reação popular por limitar a atuação da Justiça contra parlamentares, exigindo aval do Congresso para investigações e prisões. Alguns parlamentares já começaram a publicar pedidos de desculpas diante da forte reação, afirmando ainda que houve um acordo para tentar barrar o avanço da anistia.

Analistas avaliam que, com a aprovação da PEC da Bandidagem, a Câmara dos Deputados vive sua pior fase deste longo processo de redemocratização. A PEC cria todas as condições para transformar o Congresso Nacional em um espaço de blindagem a bandidos e criminosos, criando ainda uma casta que separa o legislativo da sociedade em geral.

Além da rejeição à PEC e ao projeto de anistia, os movimentos pautam reivindicações como a taxação das grandes fortunas, o fim da escala 6×1 de trabalho. Para os organizadores, as manifestações expressam um recado claro: não haverá concessão para quem atacou a democracia. “Sem anistia para golpistas” e “Congresso inimigo do povo” são os lemas que devem marcar as ruas neste fim de semana.