Do passado ao futuro: A transformação das medalhas olímpicas
Conheça a evolução e o papel das medalhas na representação da identidade e dos valores das cidades-sede ao longo dos anos.
Por Ana Beatriz Alves
Não tem como falar de Olimpíada sem falar de medalhas. A chance de poder subir ao pódio e receber uma medalha de ouro, prata ou bronze, é o sonho de muitos. Mas, como começou essa tradição?
As medalhas olímpicas, entregues como prêmio nas competições, estão presentes desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos, em 1896, na Grécia da Era Moderna. Nesta época, havia apenas dois tipos de medalhas. Os vencedores do primeiro lugar eram premiados com a medalha de prata, um ramo de oliveira e um diploma. Os que ocupavam o segundo lugar conquistavam uma medalha de bronze/cobre, um ramo de louro e um diploma. Na frente delas, havia uma imagem de Zeus, o pai de todos os deuses, segurando Nike, a deusa da vitória. No verso, estava Atenas.
O ouro só chegou em 1900, nas Olimpíadas de Paris, e uma curiosidade é que as medalhas eram em formato retangular, bem diferente do que estamos acostumados a ver.
Em 1904, os jogos de St. Louis criaram a tradição que temos até hoje: medalhas de ouro, prata e bronze entregues aos melhores finalistas em todos os eventos dos Jogos Olímpicos.
As medalhas sempre contavam com uma homenagem à Grécia no verso. Desde 1928, em Amsterdã, elas começaram a ser padronizadas. De um lado, havia o desenho tradicional da deusa da vitória, segurando uma palma na mão esquerda e uma coroa de vencedor na mão direita. Do outro, um campeão olímpico era carregado pela multidão.
A deusa da vitória, também chamada de deusa Nike, é um dos maiores símbolos nas olimpíadas. Segundo a Mitologia Grega, a deusa personificava os triunfos, a força e a velocidade, representada por uma mulher alada, filha de Palas e Estige.
Nas diversas edições dos Jogos Olímpicos, as medalhas já tiveram cores, desenhos e formatos diferentes. O design muda de quatro em quatro anos, e é de responsabilidade do comitê organizador da cidade anfitriã produzi-la, trazendo novidades e homenagens únicas.
Em Atenas 2004, as medalhas retornaram à Grécia, o berço dos Jogos Olímpicos, com um design que apresentava a deusa grega em ambos lados. O Comitê Organizador escolheu mostrar o Estádio Panatenaico, onde os primeiros jogos foram realizados em 1896. O verso da medalha tem três elementos: a chama eterna de Olímpia, a Oitava Ode Olímpica de Píndaro de 460 a.C e o emblema dos Jogos de Atenas 2004.
Em Pequim 2008, as medalhas incorporaram “Jade”, uma pedra preciosa na cultura chinesa, simbolizando honra e virtude. O design incluiu um dragão estilizado, misturando tradição e modernidade.
Nas Olimpíadas de Londres 2012, as medalhas trouxeram um design inovador que destacava o rio Tâmisa cruzando o logo das Olimpíadas, simbolizando a cidade anfitriã. A figura da deusa Nike na frente, mantendo a tradição, e um desenho abstrato no verso representavam a energia dos atletas.
No Rio 2016, o design das medalhas homenageia a natureza e a diversidade do Brasil. Elas traziam uma imagem da deusa Nike na frente, com a palavra “Rio 2016” em destaque. No verso, apresentavam a coroa de louros olímpica. Essas medalhas foram as primeiras a incluir materiais reciclados, como parte do compromisso com a sustentabilidade dos Jogos.
Tóquio continuou a tradição da inovação sustentável ao utilizar metais reciclados de dispositivos eletrônicos descartados para a confecção das medalhas. Essa iniciativa destacou a importância da sustentabilidade e conectou cada medalha a um sentido de modernidade e responsabilidade ambiental na olimpíada de 2020.
O grande destaque de Paris 2024 é que, cada uma das medalhas, inclui uma peça central de ferro hexagonal de 18g que já fez parte da Torre Eiffel, grande símbolo francês.
Na parte de trás, está a deusa Nike, o Estádio Panatenaico de Atenas e a Torre Eiffel adicionada em frente à Acrópole.
A expectativa é de grandes chances de medalhas para o Brasil, façam suas apostas: Quem traz a primeira?