A taxa de desemprego no Brasil atingiu 7,8% no trimestre móvel encerrado em agosto, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (29). Em comparação com o trimestre anterior, que compreendeu março a maio, houve uma redução de 0,5 ponto percentual, registrando uma taxa de desocupação de 8,3%. Em relação ao mesmo trimestre de 2022, a taxa caiu de 8,9% para 7,8%. Essa taxa trimestral é a menor desde fevereiro de 2015, quando ficou em 7,5%. Durante o mês de julho, o país manteve a trajetória positiva na geração de empregos com carteira assinada, somando 218.902 vagas criadas.

  • Julho: 218.902 vagas de emprego com carteira assinada foram criadas, resultado de 1.886.537 contratações e 1.667.635 desligamentos.
  • Acumulado até julho: O Brasil gerou um total de 1.560.896 novos empregos formais.
  • Últimos 12 meses: De agosto de 2021 a julho de 2022, o saldo positivo chegou a 2.549.939 vagas geradas.
  • Empregos formais: O país alcançou um estoque recorde histórico de 42.239.251 registros em julho.
  • Dois últimos anos: Em dois anos, foram registrados 43.141.648 novas admissões e 37.599.365 desligamentos, mantendo um saldo de 5.542.283 postos de trabalho no período de julho de 2020 a julho de 2022.

Dentre os setores que mais se destacaram, o setor de Serviços liderou, com um saldo positivo de 81.873 postos de trabalho formais criados, seguido pela Indústria, que registrou 50.503 novos empregos, e pelo Comércio, com a geração de 38.574 vagas no mês de julho. No acumulado do ano, a Construção Civil teve o desempenho mais destacado, com um crescimento de 9,38% no estoque de empregos formais.

Os setores de Serviços e Indústria também contribuíram significativamente, gerando 874.203 e 266.824 novos empregos, respectivamente. Por estados, São Paulo liderou com a criação de 67.009 novos postos de trabalho em julho (+0,51%), seguido por Minas Gerais, com 19.060 postos (+0,43%), e Paraná, que gerou 16.090 postos (+0,55%). Em termos regionais, a região Norte se destacou, apresentando um crescimento de 0,8% na força de trabalho, o maior crescimento relativo entre as cinco regiões brasileiras.

Apesar do cenário econômico favorável, o Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto, insiste em manter a taxa de juros acima de 12%, uma das mais altas do mundo. O Brasil tem experimentado recentemente, uma notável estabilidade econômica, com a inflação caindo para uma taxa anual de apenas 2,5% em agosto, bem abaixo da meta de 3,75%. Além disso, o dólar tem se mantido estável.

O crescimento econômico também está em alta, com a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano revisada para um aumento de 4,8%, impulsionado pelo sólido desempenho do setor industrial e pelo aumento das exportações. No entanto, a manutenção das taxas de juros em patamares elevados tem gerado debates sobre sua a real eficácia para controlar a inflação em um ambiente de crescente estabilidade econômica.